Juntando os efeitos recentes do desemprego, inflação crescente e demissões em massa na pandemia, com as reformas, como a trabalhista e da previdência, o consumo de carne chegou ao menor nível em 25 anos, de acordo com dados do próprio governo.
sexta-feira 21 de maio de 2021 | Edição do dia
Foto: Frutuoso
Enquanto no Brasil o número de super ricos no Brasil cresceu 44% na crise, de 45 para 65 bilionários, a população pobre e trabalhadora perde empregos, renda e encara a fome diante da alta inflação de alimentos, em especial dos preços de cortes bovinos, com valores recordes da arroba do boi. O Brasil é o maior exportador de carne bovina no mundo e segundo maior produtor.
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Essa situação fez com que para a população pobre e trabalhadora os preços da arroba do boi estão 50% mais caros se comparados ao mesmo período de Abril de 2020, segundo a Cepea. As outras carnes no geral aumentaram 35% em 12 meses, de acordo com o IBGE.
No país dominado pelo agronegócio, que estimativas apontam lucro de R$1,2 trilhões para este ano, cada brasileiro consome em média 26,4 quilos de proteína por ano, cerca de 14% a menos em relação a 2019. Trata-se do menor nível desde 1996, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
A população pobre e trabalhadora, que está cansada de constante recordes de desemprego, inflação, desvalorização da moeda, aumento dos preços de combustíveis, cortes de direitos e precarização dos serviços públicos, procura opções mais baratas, como frangos e suínos, mas em especial ovos, para manter o necessário consumo de proteínas, que nunca foi tão procurado nos últimos 20 anos.
Por outro lado, o agronegócio continua os lucros recordes que sempre teve nos governos anteriores, tanto do golpista Temer como nos do PT. A aquecida demanda chinesa combinada com a enfraquecida moeda brasileira, comanda a busca pelo aumento dos lucros dos grandes proprietários de terra no Brasil, enquanto 19 milhões passam fome e cerca de 60% dos lares passam por insegurança alimentar.
Coluna: Combater a fome no celeiro do mundo