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CRISE POLÍTICA | Maior associação patronal do Brasil adere a manifestação pelo Impeachment da Dilma

Em um comunicado emitido nesta segunda, dia 07, o presidente da Federação de Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), Paulo Skaf (PMDB) disse que a associação apoiará as manifestações do próximo dia 13 a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Marcello Pablito Trabalhador da USP e membro da Secretaria de Negras, Negros e Combate ao Racismo do Sintusp.

quarta-feira 9 de março de 2016 | 01:21

Na realidade, já desde o final do ano passado a organização defende abertamente o impeachment. Agora, aparece convocando esta mobilização junto a outros grupos favoráveis ao impeachment, no mesmo momento em que se agudiza a crise política, em seguida de Lula ter sido forçado a ir depor na Quinta passada. Desta maneira, a FIESP entra de cabeça, junto com os partidos como o PSDB, DEM, PPS, Solidariedade na campanha pelo impeachment. O tratamento do impeachment é funcional que, sem Dilma ou com Dilma, serão implementados ajustes, ataques e privatizações ainda mais duros do que já estão fazendo o governo do PT.

O PT, ao enlamear-se na corrupção capitalista, conciliar com os patrões e impedir que os sindicatos lutem contra os ajustes e a impunidade de “seu” governo, abre caminho para que a direita se fortaleça e os ataques da patronal e do governo avancem sem resistência. Nos últimos meses, a CUT, junto com a FIESP, vem implorando para Dilma que mude a política econômica. Ao mesmo tempo, a FIESP despede, aumenta a jornada de trabalho, reduz os salários, precariza e a CUT não organiza nenhuma luta de resistência, além disso ainda trai todas as lutas que surgem por fora de sua vontade.

A rede Globo, principal meio de comunicação do Brasil, apoiou a ditadura e hoje apoia o aumento da idade de aposentadoria e remove mesmo um dos maiores direitos trabalhistas, vende a marcha do dia 13 como algo a favor do povo e as investigações dos esquemas de corrupção na Petrobrás – conhecida como Operação Lava-Jato – como uma “limpeza” do Estado, quando a corrupção é o mecanismo “natural” com que funciona esta democracia para ricos e da que participam todos os partidos burgueses.

Uma marcha apoiada pelo mais reacionário e patronal do país não pode ser mais que veemente rechaçada pelos trabalhadores e pela juventude.

Nesta marcha levantam a cabeça os defensores da volta da ditadura militar e que apoiam os destacamentos policiais especializados em matar negros e pobres nas favelas e periferias do país. Nesta marcha estão os que querem a reforma previdencial e a entrega do Pré-sal – área de exploração marítima bruta – a Shell, o que está fazendo Dilma, e terminar com as férias, o natal, a licença de maternidade e tudo os que lhe permita aumentar a exploração. Consideram que os ajustes que Dilma está implementando são poucos. A entrada da FIESP na manifestação do dia 13 explicita ainda mais seu caráter de classe e reacionário.

As críticas do PT, a CUT e Lula, a política econômica do governo estão a serviço de esconder com um discurso “de esquerda” o seu papel traidor em não mobilizar os sindicatos para resistir aos ataques em curso e lutar contra a impunidade. É uma divisão de tarefas para preservar Lula para as eleições de 2018 impedir que surja uma mobilização de massas contra Dilma e que seja uma força verdadeiramente capaz de freiar a direita.

O Movimento Revolucionário de Trabalhadores, aqui no Brasil, rechaça a marcha do dia 13 e exige que a CUT e seus sindicatos rompam com sua política de subordinação ao PT e impulsionem um grande movimento nacional contra os ajustes e a impunidade. Uma verdadeira mobilização independente pelas mãos das massas trabalhadoras e da juventude que imponha uma Assembleia Constituinte Livre e Soberanaque possa atacar as raízes da corrupção desta democracia para ricos, instituir a revogabilidade de todos os mandatos políticos com salários iguais a de uma professora e a eleição de todos os juízes pelo voto popular; assim como para que as amplas massas possam decidir como enfrentar todos os problemas estruturais do país e a subordinação ao imperialismo.




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