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GUERRA ÀS DROGAS | Mãe diz que PMs executaram seu filho no RJ: "não tenho culpa de ser pobre"

quinta-feira 1º de março de 2018 | Edição do dia

Rian Silva em passeio de cavalo com PMs em 2013, quando a UPP chegou ao Caju.

Na Terça-feira, 27 de Fevereiro o jovem Rian de Alencar Silva, 15 anos foi cruelmente assassinado pela Polícia Militar no Complexo no Caju na Zona Norte do Rio de Janeiro, na favela Parque Alegria com um tiro de fuzil no peito. Triste realidade das famílias nas favelas que sofrem com a violência policial cotidianamente.

A mãe do jovem Rian, Lenilda de Alencar, que atualmente trabalha como Faxineira, desabafa um pouco sobre seu filho, que era um rapaz tranquilo, que vivia na Lan house entretido com os jogos com a internet, já que é a única coisa que a juventude pobre nas favelas tem acesso. Com exatamente R$ 3 Rian conseguia se divertir. Mais um jovem morto silenciosamente pela polícia, mas um dia que temos que lidar com as famílias pobres e negras sendo executadas. 

A mãe estava cozinhando na sua casa quando foi informada que seu filho tinha sido levado por policiais para o Hospital Federal de Bonsucesso. Lenilda relata que em 2013 quando o projeto de “segurança” foi implementado na favela em abril, seu filho até tirou foto com os policiais, os mesmos que vieram com um discurso de “segurança” foram os mesmos que tiraram a vida do seu filho.

Indignada com tamanha injustiça, Lenilda diz: "Até agora não veio ninguém visitar o local para investigar. Na região, tem uma loja de concreto, muitas pessoas viram meu filho com policiais ainda com vida. Ele foi morto pela UPP. Eu não tenho culpa de ser pobre, de morar na favela."

Lenilda procurou a sede da UPP, onde foi informada que o filho foi baleado e levado para o Hospital Federal de Bonsucesso. No entanto, o adolescente chegou morto à unidade de saúde com ferimento de fuzil no tórax e na coxa. Lenilda disse ao UOL que o filho não tinha envolvimento com o crime. "Mesmo se tivesse, ele foi executado!"

A Policia não está a serviço da população para proteger. Não trás mais segurança, e sim mais mortes. A polícia brasileira está 100% a serviço do Estado para manter uma parcela da população explorada, encarcerada, e morta. Tudo isso para continuar com seus privilégios, as custas dos trabalhadores, e precarizando cada vez mais a vida das famílias pobres nas grandes favelas. Para impedirmos que mais mortes aconteçam pelas mãos dos policiais, é preciso que toda a população lute pelo fim de todas as polícias! E ainda mais forte contra a intervenção federal no Rio de Janeiro que veio para aprovar as reformas e matar em massa. O sepultamento de Rian acontece nesta quinta-feira (1º) no Cemitério do Caju, na zona norte carioca.

Imagens: UOL




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