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ARGENTINA | Macri renegocia dívida, assegurando lucro dos banqueiros e ataques sob os trabalhadores

Diante da enorme crise atual na qual o governo Macri afunda, buscando resgate ao FMI e recorrendo a empréstimos, o Banco Central da Argentina conseguiu renovar uma dívida que vencia nesta terça-feira (15), com a emissão de mais dívidas.

quarta-feira 16 de maio de 2018 | Edição do dia

Na pretensão de fazer com que os trabalhadores paguem pela crise, o governo segue alimentando o monstro da dívida pública com juros absurdos, enriquecendo ainda mais investidores e causando mais desemprego, diminuição de salário, aumento da idade da aposentadoria para 70 anos e a redução dos gastos sociais para os setores populares.

O valor que venceria nesta terça era de 671 bilhões de pesos argentinos (equivalente a cerca de US$ 27 bilhões). O BC conseguiu renovar 100% desse valor, dividindo em montantes com vencimento entre 36 e 154 dias, além de fazer uma nova dívida de 5 bilhões de pesos, equivalente a US$ 200 milhões. Basicamente o que aconteceu foi uma troca de uma dívida que venceria nesta terça por várias que vencem no prazo de 36 a 154 dias. Os investidores, entretanto, serão remunerados com taxas de juros de 38% a 40%.

A Argentina, atualmente, está em um grande impasse financeiro, com sua moeda despencando e suas taxas de juros subindo ao maior patamar do mundo. Esses problemas seguem caindo nas costas da população, com a expectativa de inflação disparando, superando as projeções iniciais. Além disso, o governo continua falhando, e a decisão de buscar um resgate do FMI é a confissão de que todas as medidas anunciadas para enfrentar a crise até o momento fracassaram.

No informe elaborado pelo FMI com o qual o governo está fazendo o pacto, é "sugerido" rebaixar os salários, reduzir os gastos sociais e impor uma dura reforma trabalhista. Ou seja, enquanto os investidores são remunerados com juros de 38% a 40%, os trabalhadores têm seus direitos básicos cada vez mais arrancados. Macri, em meio a tudo isso, segue provocando as maiorias populares que já sofrem com demissões e roubo de salários, dando como resposta à insatisfação popular contra os tarifaços nos serviços públicos, o pagamento parcelado do gás, com juros.

É preciso que esses acordos que implicarão uma maior interferência imperialista na economia nacional tenham fim. Frente às corridas cambiais e a fuga de capitais, temos que defender a necessidade de nacionalizar os bancos e criar um banco estatal único que concentre a economia nacional e conceda créditos baratos aos setores populares e pequenos comerciantes, além da necessidade do monopólio estatal do comércio exterior. É necessário que se deixe de pagar a dívida externa para destinar esses fundos ao salário, trabalho, saúde, educação e habitação, não para os usurários internacionais. Para que ninguém ganhe menos do que uma renda básica familiar, e seja promovido um aumento emergencial para os aposentados.

Estas são medidas elementares de soberania nacional, em função de um plano econômico dirigido pelos trabalhadores, para frear que está sendo produzida com a fuga de capitais. Com esses fundos e impostos progressivos aos bancos e os grandes grupos econômicos será possível financiar um grande plano de obras públicas para gerar trabalho genuíno, combater a pobreza e a desigualdade social, e que toda população possa ter acesso a serviços públicos de qualidade.

Para isso, é preciso que exista uma paralisação nacional ativa e um plano de lutas, com uma grande mobilização nas ruas, para acabar com os planos de ajustes e as entregas dos recursos aos imperialistas, impondo um programa dos trabalhadores para que sejam os ajustadores que paguem pela crise.




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