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Em Uruguaiana | MP-RS insiste em criminalizar pobres por pegar comida estragada de lixo de supermercado

Caso absurdo no RS escancara podridão do Ministério Público. Dois homens foram absolvidos por pegar comida estragada de lixo de supermercado em Uruguaiana, mas o Ministério Público está se empenhando para tentar condená-los. A justiça dos homens trata alguns com mais igualdade do que outros com requintes especialmente cruéis em nossa sociedade de classes.

quinta-feira 28 de outubro de 2021 | Edição do dia

O caso do promotor Luiz Antônio Barbará Dias, de Uruguaiana-RS, é particularmente escabroso no que tange aos absurdos cometidos pela justiça em nossa sociedade. Dois homens pobres reviraram um lixo do supermercado BIG em 2019, pegaram presuntos, queijos e calabresa estragados, e foram detidos pela polícia. De lá pra cá, a fome se aprofundou no país, mas há dois anos já era realidade e levava muitos a situações de desespero como revirar o lixo em busca de comida. Eles foram soltos após a ocorrência, depois indiciados pela Polícia Civil e, após conclusão do inquérito, foram denunciados pelo MP.

Em fevereiro deste ano, os dois homens foram absolvidos por julgamento em primeiro grau. O juiz André Atalla se apoiou no princípio da insignificância para não considerar o ato um crime. Mas o promotor público, o Barbará, não se contentou e insistiu na tentativa de condená-los. O monstro, que ocupa o cargo de promotor público, contrapôs a decisão do magistrado dizendo que “não poderia aplicar o conceito de insignificância, pois serviria como combustível à criminalidade” e ainda tentou usar a passagem pela polícia de um deles como suposta justificativa pela prisão.

Nas contrarrazões à apelação do MP, a defensoria pública afirmou: “Tristes tempos em que lixo (alimento vencido) tem valor econômico e o Ministério Público se empenha para criminalizar a miséria e o desespero das pessoas em situação de extrema vulnerabilidade”.

O topete de alguns bacharéis é inacreditável. Esses homens são, na verdade, funcionários mesquinhos de grandes empresários em defesa de qualquer coisa que se assemelhe à propriedade privada. Moral? Ética? Justiça? Palavras ao vento diante da sacro-santa propriedade privada. São sicofantas da Walmart (hoje donas do BIG), promoters de ricos, advogados da insanidade.

Segundo matéria da ZH, o caso se deu dessa forma: “os dois homens foram presos pela polícia nas imediações do supermercado. Eles teriam entrado em área restrita do estabelecimento, revirado o setor de descartes e fugido do local com mercadorias. Com eles, foram apreendidas cerca de 50 fatias de queijo, 14 unidades de calabresa, nove unidades de presunto e cinco unidades de bacon.

Barbará, cujo nome de vilão de novela mexicana faz jus à figura, já foi condenado anos atrás por intimidar, ofender e agredir uma professora que havia retirado seu filho de sala de aula em 2000. O homem mimado não aguentou e foi tirar satisfações com a professora, de forma extremamente violenta. Hoje o homem está mais velho, mas segue mimado, mas dessa vez trabalhando insistentemente para tentar prender pessoas pobres que desesperadamente buscam comida no lixão.

Quais as chances desse homem ser bolsonarista?

Não são poucos os pobres que são condenados por essa mesma justiça que hoje absolveu os dois. Ou mesmo condenados, sem defesa, por uma polícia que abusa de sua autoridade para esculachar e matar pessoas pobres.




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