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FUTURE-SE | MEC planeja retomar o Future-se essa sexta para avançar na privatização das universidades

O governo Bolsonaro não tardou em mostrar sua concepção de educação, já em julho do primeiro ano de governo, o MEC apresentou o chamado projeto Future-se, que prevê investimento de fundações privadas e até mesmo startups nas universidades federais. Sob o pretexto de investimento em educação, o projeto abre margem até mesmo para que imóveis públicos possam ser alugados ou alienados, segundo as regras da especulação do mercado financeiro.

quarta-feira 22 de janeiro de 2020 | Edição do dia

Foto: Luis Fortes/MEC

Agora, o MEC começa o ano avançando em seu projeto privatista: além de anunciar corte de 19,8 bilhões no orçamento de 2020 - 7,3 bilhões só nas federais - estipulou que as universidades têm até sexta-feira, dia 24, para apresentarem projetos de adesão ao Future-se, sendo que as universidades que toparem receberão um bônus por adesão ao programa, desde que tenham um plano de metas a ser alcançado, na prática colocando-as à mercê dos interesses do mercado financeiro, limitando profundamente a produção e a pesquisa científicas nessas universidades.

Se teoricamente nenhuma universidade fica obrigada a aderir ao Future-se, o corte de gastos de 20 anos na educação, aprovado no governo Temer, e o recente corte anunciado pelo MEC impõem que muitas universidades precisem recorrer aos investimentos vindos do projeto para seguirem funcionando, desta forma colocando as universidades públicas cada vez mais próximas de um projeto privatista, colocando em xeque a já frágil autonomia universitária.

Saiba mais: Novo texto do Future-se prevê dar imóveis para a especulação do mercado financeiro

As fundações privadas que já atuam em universidades mostram no dia a dia quais são seus verdadeiros objetivos, na UNICAMP por exemplo, a FUNCAMP, responsável pelo trabalho terceirizado mantém os trabalhadores sob condições deploráveis de trabalho, além de demitir unilateralmente 330 funcionários no final do ano passado.

Em meio aos avanços privatistas nas universidades públicas, apenas a mobilização dos estudantes em aliança com os trabalhadores pode dar uma resposta capaz de impor não só a continuidade da autonomia universitária como também avançar para colocar a universidade de fato a serviço dos trabalhadores e da população. Ano passado, os estudantes já deram uma demonstração de forças logo no anúncio dos cortes nas universidades, porém as burocracias da UNE e das centrais sindicais, mais uma vez traíram a mobilização separando a luta dos dois setores.

Nas mobilizações que acontecem agora na França é possível ver um verdadeiro exemplo: o avanço da unidade entre estudantes e trabalhadores, utilizando suas próprias forças ao se auto organizarem para manter sua luta em detrimento das negociatas das burocracias, essa é a força capaz de defender nossos interesses em oposição ao projeto ultra neoliberal que querem impor Bolsonaro e seus ministros.

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