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DEMOCRÁTICA DEMAIS | MEC cancela eleição paritária para reitoria da UNIFESP

O MEC (Ministério da Educação) do governo golpista de Michel Temer suspendeu a nomeação da docente Soraya Smaili para o cargo de reitora da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), por considerar a votação democrática demais.

segunda-feira 6 de fevereiro de 2017 | Edição do dia

O processo de escolha da nova Reitoria foi feito de forma paritária entre alunos, docentes e técnicos, com o mesmo peso dos votos em cada grupo, e foi considerado democrático demais pelo professor da universidade Antonio Carlos Lopes. O professor citado enviou ao MEC uma carta alegando que o processo havia sido “ilegal” pelo seu caráter democrático.

O Ministério da Educação do governo golpista, já seguindo com essas lógica desde o ano passado quando aplicou o golpe, além de concordar com o tal professor e suspender a candidatura da reitora eleita, foi questionar o Conselho Universitário para que se posicione com relação ao ocorrido.

A ação foi condenada pela Associação dos Docentes da Universidade Federal de São Paulo (Adunifesp-Seção Sindical do ANDES-SN). No 36o Congresso do ANDES-SN, realizado entre 23 e 28 de janeiro, os docentes também aprovaram uma moção de repúdio à medida do MEC. Soraya Smaili é a primeira reitora mulher da UNIFESP, eleita em 2013 e reeleita no final de 2016.

A ação do Ministério da Educação golpista é como um recado ao movimento estudantil, que em inúmeras universidades do país tem a paridade como uma pauta histórica. O que o governo diz é que não há mesmo espaço para democracia nas universidades públicas, que a voz dos estudantes e trabalhadores deve realmente ter importância menor.

Sem ilusões que REI-torias sejam articuladas ao nosso favor, mas a ação do MEC é aprisionante. Condenar uma votação por ser democrática demais é mais uma piada no país da piada pronta, onde o cinza faz parte de um projeto cidade linda, onde aprova-se uma PEC para congelar os gastos com saúde e educação, enquanto o Judiciário recebe aumento de mais 40% em seus salários já muito altos. Onde a proposta de Reforma da Previdência pretende praticamente nos tirar o direito à aposentadoria, enquanto nosso excelentíssimo presidente golpista se aposentou com 55 anos, e que pretende também destruir a CLT com a Reforma Trabalhista. A educação, já bastante precarizada, também será atacada com a Reforma do Ensino Médio.

A medida do governo golpista de cancelar a eleição por ser muito democrática é bastante simbólica, e fomenta a divisão entre os diferentes setores das universidades. Neste contexto de ataques, é vantajoso ao governo que estejam divididos, sobretudo após terem sido linha de frente na luta contra a PEC. Por isso a intervenção do governo na eleição merece o repúdio de estudantes, docentes e trabalhadores das universidades de todo o país.




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