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MBL | MBL defende dono da Riachuelo pelo uso de mão de obra semi-escrava em confecções

O MBL e Kim Kataguiri demonstram novamente que estão do lado dos empresário contra os direitos dos trabalhadores. Semana passada realizaram um chamado, junto a Fábio Rocha, proprietário da Riachuelo, para um ato em frente ao Ministério Público do Trabalho, em Natal, contra a ação que questiona a regularidade dos contratos de trabalho firmados pela empresa, que mantêm trabalhadores terceirizados trabalhando em condições de semi-escravidão.

quarta-feira 27 de setembro de 2017 | Edição do dia

Durou cerca de uma hora a manifestação de funcionários do grupo Guararapes e empresários de confecções, convocado pelo MBL pelo próprio Fávio Rocha, proprietário da Riachuelo, realizada na tarde de quinta-feira (21), em frente à sede do Ministério Público do Trabalho em Natal contra a ação movida pelo MPT, que questiona a regularidade dos contrato de trabalho firmados pela empresa.

Após vistoria em 50 confecções que fabricam para a marca Riachuelo no Rio Grande do Norte, em 12 municípios do interior do estado, o MPT entrou com pedido de indenização de R$ 37,7 milhões contra a empresa, alegando que os terceirizados recebem salários inferiores e não têm os mesmos direitos que os trabalhadores contratados diretamente pela própria marca.

Sem citar a terceirização da produção têxtil de diversas marcas, Kim Kataguiri convocou os militantes do grupo para um ato contra o direito dos trabalhadores. Segundo ele, a consequência da ação do MPT será mais desemprego. “O Brasil precisa de emprego e não de mais burocracia levada em frente por uma casta privilegiada de promotores“.

A terceirização da produção é uma prática muito comum entre as empresas do ramo. A Riachuelo contrata empresas que, por sua vez contratam o serviço de pequenas oficinas, principalmente no sertão do país, ou aqui em São Paulo, como é o caso das oficinas de bolivianos super-explorados. Na terceirização, tanto do ramo têxtil como em empresas de limpeza, predomina jornadas excessivas e extenuantes, trabalho sem carteira assinada, pagamentos muito abaixo do salário mínimo e atrasos do pagamento. As trabalhadoras têm medo de denunciar e serem demitidas, elas se veem numa encruzilhada, aceitar as condições precárias ou ficarem na rua.

O protesto ao qual o MBL se uniu foi convocado na terça-feira (19) pelo próprio Flavio Rocha, em uma publicação feita em sua conta no Instagram. “A nossa turma está animada. Todos se preparando para a grande manifestação de quinta-feira em frente à suntuosa sede do Ministério Público do Trabalho”, afirmou. A “turma” seriam os funcionário da companhia, chamados de “missionários da democratização da moda”.

Segundo Flávio Rocha, cerca de 6 mil pessoas participaram do protesto. O jornal "Tribuna do Norte" informou 5 mil participantes. Cerca de 100 ônibus fretados pela Guararapes transportaram os manifestantes da fábrica de Extremoz e de municípios do interior do Rio Grande do Norte e do Ceará até o local do protesto.

Veja também: As ’oficinas do suor e da dor’ da Riachuelo no semi-árido do Rio Grande do Norte

Os manifestantes carregaram cartazes com frases como "Seridó repudia a ação movida pelo MPT RN", "+ emprego - MPT RN", e "#mexeu com painho mexeu com nós tudinho", essa última em referência a Nevaldo Rocha, fundador da Guararapes e pai de Flávio Rocha.

“A indústria têxtil do Rio Grande do Norte está sob ataque do Ministério Público do Trabalho simplesmente porque decidiu decentralizar sua produção, pulverizar, em diversas fábricas no interior do Estado”, diz Kim Kataguiri, líder do MBL, em um vídeo publicado no Facebook na quarta-feira 20.

Fabio Rocha alega que os salários são semelhantes na fábrica da Guararapes e nas confecções terceirizadas, e ainda se apoia em recentes ataques, como a PL da terceirização e a Reforma Trabalhista, defendida por ele, para afirmar que a produção terceirizada nas confecções está em linha com a nova legislação sobre a terceirização do trabalho.




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