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ARTICULAÇÕES PARA O AJUSTE | Lula, Sarney, Levy e Temer organizam reuniões para articular o ajuste

quinta-feira 13 de agosto de 2015 | 22:47

Foto: Marcos Oliveira/ Agência Senado

A quarta-feira (12) foi marcada por reuniões que envolveram Lula, Sarney, Levy, Calheiros, Temer e mais de 30 senadores em Brasília. Objetivo é dar mais “unidade” para preservar o governo e implementar o ajuste.

Pela manhã, Lula, Michel Temer, José Sarney e outros representantes do PMDB fizeram um almoço para afinar os planos de uma saída comum para implementar as medidas de ajuste fiscal. Após o almoço Michel Temer afirmou que Lula elogiou sua declaração e reafirmou que o almoço é uma medida de união entre todos pela “governabilidade”.

As declarações de Temer após a reunião podem ser entendidas como uma expressão da iniciativa que está se gestando para salvar o governo da crise política e implementar o ajuste fiscal que atacam direitos dos trabalhadores e serviços públicos e favorecem ricos empresários, poderosos e funcionários de alto escalão do Estado (no mesmo dia ministros do STF propuseram aumento de seus salários para 39 mil reais).

Lula chegou a declarar um dia antes em encontro da “Marcha das Margaridas” que a crise teve origem nos Estados Unidos, apenas. A tese de Lula é meio verdade (no que tange à crise surgir nos EUA), mas traz consigo uma grande mentira, pois esconde que a “saída unificada” dos “líderes” reunidos em almoço é para na verdade articular com as elites nacionais, locais e regionais, “quem vai ganhar” com a retirada de direitos dos trabalhadores e de todo o povo. Justamente por isso, figuras como José Sarney são “ressucitadas” neste momento como demonstração das boas intenções do governo para com as oligarquias regionais.

Posteriormente os ministros Nelson Barbosa (Planejamento) e Joaquim Levy (Fazenda) se reuniram com mais de 30 senadores para discutir a implementação das medidas de ajuste anunciadas por Renan Calheiros na segunda-feira (11). A discussão elevou para 43 as propostas, sem alterar profundamente o conteúdo geral das medidas.

De mais significativo se alterou a proposta de fim da gratuidade do SUS, retirada da pauta. No entanto, ainda se prevê que os usuários de planos de saúde, hoje “massificados”, passarão a ter de pagar “duas vezes”, o plano de saúde mesmo e os atendimentos e verbas do SUS utilizados em eventuais procedimentos. Além disso, para efetivar o acordo o governo tem que aceitar uma nova medida que prevê o enxugamento dos ministérios

A proposta “unificada” do PMDB com governo tende a isolar Eduardo Cunha, um setor mais “radical” da oposição de direita e presidente da Câmara e preservar o governo Dilma da crise política em que se encontra, para assim poder fazer com que seja mais profundo os ataques à classe trabalhadora e o povo através dos ajustes.

Os limites estão em que estas medidas podem preservar o governo dos interesses do setor mais radical da oposição de direita, mas também podem aprofundar uma resposta mais profunda da classe trabalhadora e do povo, organizados contra o governo e os políticos da oposição de direita, que mostram que estão todos juntos governando para os ricos, contra os trabalhadores.




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