sexta-feira 6 de maio de 2022 | Edição do dia
Na semana passada veio à tona a denúncia escandalosa que uma criança indígena Yanomami de 12 anos havia sido estuprada até a morte por garimpeiros, e outra criança de 3 anos havia sido jogada no rio e estaria desaparecida em Roraima, assim como o desaparecimento da comunidade Aracaçá, que teve que sumir de sua localidade na TI Yanomami após esses e outros casos de violência, assim como a alta contaminação por mercúrio na região. Mais uma face podre de como o capitalismo arranca o direito ao futuro das crianças e dos povos originários.
Os Yanomamis e denuncias de suas associações mostram que é comum a prática de aliciamento, coerção, violência e estupros praticados por garimpeiros contra as comunidades Yanomami. Uma completa barbárie que vem sendo feito há décadas.
O garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami é feito por mais de 20 mil garimpeiros, e a área florestal destruída por eles superou 3 mil hectares, aumentando em 44% em relação à dezembro de 2020.
A política de Bolsonaro junto do Congresso, STF, dos militares e da direita com o reacionário pacote de destruição ambiental, a PL 490, o Marco Temporal, e principalmente, a PL 191 quer, na prática, a liberação da mineração em mais de 3 milhões de equitares nas terras indígenas, prevê mais crimes contra os indígenas e meio ambiente, e mais lucros ao agronegócio e ao imperialismo.
Os indígenas vem se mobilizando incessantemente contra toda essa violência, como nos acampamentos de milhares que protagonizaram em Brasília, e essa luta precisa ser encarada como parte do programa da classe trabalhadora ao lado da juventude e mais oprimidos, como uma só luta contra todos os ataques dos capitalistas, que no Brasil tem mãos de sangue indígena, contra a opressão e exploração.
É preciso repudiar esse absurdo, rompendo a paralisia que as centrais sindicais estão impondo para se aliar com a direita, que sempre atacou os indígenas, ou ainda canalizando todo a insatisfação social, assim como a revolta diante deste caso, para a "solução das urnas" em outubro deste ano, votando no PT. É urgente uma investigação independente destes crimes com os organismos representativos dos povos originários, de direitos humanos, sindicatos e movimentos sociais, e que o estado seja responsabilizado. As eleições não têm como solucionar uma questão desta profundidade. É preciso mobilizar já para arrancar justiça para os Yanomami e a expulsão do garimpo das Terras Indígenas!
Basta de mulheres e crianças indígenas violentadas pelo garimpo e o agronegócio, de violência e perseguição aos Yanomami. Bolsonaro, os militares e o STF são responsáveis!
As manifestações seguem agendadas para segunda-feira, 9/5, veja aqui
