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CAMINHONEIROS | Líder "rebelde" dos caminhoneiros é filiado ao PSDB

O histórico do porta-voz da greve dos caminhoneiros só deixa claro o caráter patronal da mobilização, o mostra quão irresponsável é o apoio acrítico à greve, como se ela viesse de reivindicações legítimas da classe trabalhadora.

quarta-feira 30 de maio de 2018 | Edição do dia

José da Fonseca Lopes, presidente de Abcam (Associação Brasileira dos Caminhoneiros), se apresentou como porta voz da categoria de caminhoneiros desde antes do primeiro bloqueio da greve e chegou a enviar uma carta ao governo federal alertando sobre a possibilidade de greve, que foi ignorada.

Foi com ele inclusive que Temer veio negociando, até chegar a declaração do fim da greve no domingo, dia 27, apesar de não ter resultado no fim de todos os bloqueios.

No entanto, Fonseca não é um sindicalista qualquer, pelo contrário, é filiado ao PSDB e já foi candidato a deputado federal em 1998 pelo partido. Antes disso, atuou na campanha de Mário Covas, mobilizando caravanas de caminhoneiros pela campanha do tucano, filiando-se ao partido no ano seguinte.

Além da Abcam, Fonseca dirigiu a Fetrabens (Federação dos Caminhoneiros Autônomos de São Paulo) e o Sindtanq (Sindicato dos Transportadores Autônomos de Combustíveis de São Paulo), além disso, foi convidado à vice-presidência da CNT (Confederação Nacional dos Transportes), entidade patronal com a qual a relação é tão boa que a sede da Abcam fica no prédio da CNT.

Além disso, Fonseca, em 1995 foi porta-voz de uma ameaça de paralisação pela Sindtanq, que foi posteriormente denunciada como locaute.

O histórico do porta-voz da greve dos caminhoneiros só deixa claro o caráter patronal da mobilização, o mostra quão irresponsável é o apoio acrítico à greve, como se ela viesse de reivindicações legítimas da classe trabalhadora.

A greve de caminhoneiros, pelo contrário, trazia uma série de pautas como redução apenas do diesel com subsídios pagos por meio de impostos pela população, que deixava claro o caráter reacionário dessa mobilização, que além de tudo levantava um pedido indireto de intervenção militar.

A mobilização que uma esquerda que se pretende verdadeiramente revolucionária deve defender, é a greve dos petroleiros que pede a redução de todos os combustíveis, a retirada do presidente da PetroBrás Pedro Parente, além de se colocar contra o projeto de privatização da empresa.

Somente uma Petrobras 100% estatal, gerida pelo controle dos próprios petroleiros pode levar a cabo essas demandas e garantir que o preço da crise não recaia sobre nossas costas, barrando o projeto de submissão ao imperialismo de Temer.




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