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PANELEIROS CORRUPTOS | Líder do movimento “Vem Pra Rua” é funcionário fantasma em Manaus

Redação Rio Grande do SulRedação Rio Grande do Sul

sexta-feira 23 de março de 2018 | Edição do dia

Imagem: Portal Piaui

O discurso da direita de ser “contra a corrupção” é extremamente vazio de conteúdo político. Até porque, a corrupção, é algo inerente ao sistema capitalista, que transforma as eleições e o parlamento burguês em um grande balcão de negócios. A direita, de forma oportunista, tenta ganhar a consciência das massas através desse discurso rebaixado.

O assenso espontâneo de 2013, que teve inicio com a revolta popular devido ao aumento da passagem de ônibus, foi uma explosão popular que colocou em cheque o governo de conciliação de classes e expôs uma aguda crise econômica e politica no país, demonstrando assim, que a crise mundial de 2008 chegava no Brasil para por fim ao pacto de classes. Logo a direção da luta seria canalizada para esse pântano do senso-comum que foi o caldo ideológico do golpismo.

Nesse processo, a disputa pela direção do movimento foi contraditória. As reivindicações ultrapassaram a pauta econômica dos “vinte centavos”, e transcendiam e atacavam justamente o monopólio do transporte público, ganhando um caráter político e anticapitalista colocando em cheque toda estrutura da “democracia dos ricos” no Brasil.

A direita tencionava para uma saída por dentro do regime burguês, no sentido de descarregar a crise capitalista nas costas dos trabalhadores. É nesse ponto que as reivindicações começam a girar para a direita e o discurso contra a corrupção, o movimento #vem pra rua, e as camisas da seleção brasileira começam a ter protagonismo como massa de manobra, desembocando no golpe, derrubando Dilma da presidência.

Mas, como bem sabemos, o discurso do “contra corrupção” é tão vazio de conteúdo político, que até canalhas como Hitler se utilizaram dele. Um exemplo atual disso, é o líder nacional do movimento virtual “#VemPraRua”, que apoiou o golpe contra Dilma Rousseff (PT), Julio César Castro Lins Barroso, 19, e foi nomeado como chefe de Divisão de Articulação Política no gabinete do vice-prefeito de Manaus, Marcos Rotta (PSDB), no dia 9 de janeiro de 2017, com um salário mensal de R$ 4.600. Cargo fictício, pois o mesmo, segundo servidores da Prefeitura de Manaus, Julio Lins – como é conhecido – nunca desenvolveu, em 14 meses de trabalho, uma atividade concreta na capital inerente a sua função. Julio é conhecido nacionalmente pela mobilização que organizou o movimento #VemPraRua, levando milhares de pessoas para as ruas de São Paulo, vestidas com a camisa do Brasil, com mote de “combate à corrupção’.

A divulgação de seu cotidiano nas redes sociais mostra uma rotina intensa de viagens nacionais e internacionais relacionadas ao movimento político Renova Brasil (RenovaBR) e ao seu partido, o recém-criado ‘Livres’. O RenovaBR foi criado em outubro de 2017 com o propósito de acelerar a “criação de novas lideranças políticas e renovar o Congresso Nacional”.

Mesmo em dias e horários de expediente, Julio Lins divulga fotos em viagens, como a que ele postou no dia 28 de fevereiro, uma quarta-feira, quando o estudante fez um check-in no Aeroporto Eduardo Gomes, na zona oeste de Manaus, com destino à capital dos Estados Unidos, Washington. Neste dia, Julio não informa se sua viagem tem relação com seu trabalho na prefeitura.

Na noite do dia 13 de outubro, uma sexta-feira, o estudante divulga nas redes sociais que está em São Paulo para uma palestra: “Convido todos para a minha palestra de amanhã na LibertyCon, a partir das 10h no Maksoud Plaza! Vou falar sobre minha trajetória rumo ao prêmio de estudante do ano da rede internacional Students For Liberty!" Também no post, ele não cita Manaus e em quê sua palestra contribuirá para o desenvolvimento da capital amazonense.

Já em 9 de abril, domingo, ele informa que vai participar do 30º Fórum da Liberdade – O Futuro da Democracia, que seria realizado nos dois dias seguintes, uma segunda e terça-feira.

Esse é um pequeno exemplo de que o “discurso contra a corrupção” e a crença nas instituições burguesas, como o judiciário e a polícia federal, é uma grande ilusão enquanto vivermos no sistema capitalista onde o dinheiro e o capital permeiam as relações políticas.


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