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FUTEBOL - PANAMÁ PAPERS | Libertadores é na offshores! Conmebol na mira da Panamá Papers

Contratos mostram que parte do dinheiro ganho com a competição era enviada para estas offshores. O esquema investigado pelo FBI, a policia federal norte americana, envolve o pagamento de propina por meio de acordos com dirigentes da Confederação Sul – americana de Futebol.

segunda-feira 11 de abril de 2016 | Edição do dia

Essas offshores integram uma malha de empresas com o poder sobre os direitos de transmissão da Copa Libertadores. Tinham força para direcionar valores recebidos de emissoras de TV para diferentes paraísos fiscais, como Ilhas Cayman, Ilhas Virgens Britânicas, Chipre, Turks e Caicos. De acordo com o FBI, esta rede de operação levou a prisão de dirigentes da Conmebol. Executivos envolvidos, como o Brasileiro José Hawilla, disseram que cometeram os crimes e indicaram dirigentes e ex- dirigentes da Confederação Brasileira de Futebol como Ricardo Teixeira, Marco Polo Del Nero e José Maria Marin. O pagamento de propina era gerenciado pelo argentino naturalizado José Margulies.
De acordo com a analise no banco de dados do Panama Papers revelou a existência de 41 pessoas assinando contratos ou como representantes de empresas que tinham negócios na indústria do futebol. Foram encontradas também 15 offshores ligadas ao assunto na documentação da firma panamenha de advocacia, sendo que pelo menos seis até hoje nunca tiveram seus nomes mencionado em relatos sobre o escândalo do futebol: Arco Business & Development Ltda, Powermill S.A, Henlts Groups S.A, Medak Holding Limited, BelegIngsmaerthappij Vechtmond.
O centro do esquema era a T&T Sport Marketing Ltda, com sede nas Ilhas Cayman, um paraíso fiscal no Caribe. Essa offshore detinha os direitos de transmissão da Copa Libertadores por meio de contrato com a Conmebol. Pelo acordo, pagaria entre 22 milhões 27,8 milhões de dólares anualmente pelos os direitos entre 2008 e 2018. Os donos da T&T são a Torneos y Competencias, empresa com sede na Argentina, e a Fox Pan American Sport, subsidiária da rede Fox em Delaware.
Anteriormente, a T&T tinha como um dos sócios a Continental Sport Marketing, um braço do grupo Traffic de José Hawilla, nas ilhas Cayman. A empresa vendeu sua participação há mais de uma década. Mas essas não eram as únicas empresas envolvidas. A T&T firmou uma série de acordos paralelos para distribuir o dinheiro da competição sul – americana. Primeiramente, vendeu, em 2012, todos os direitos de transmissão da Copa Libertadores para o Brasil para Torneos & Traffic, com sede na Holanda.
Por essa razão foi que a TV Globo assinou os seus contratos com esta empresa para comprar os direitos da Copa Libertadores. Os Arquivos registram pagamentos de mais de US$ 20 milhões da emissora brasileira em 2013. Em 2016, a Rede Globo fez novos contratos para comprar direitos da competição, sem intermediários, no inicio de 2016, com o rompimento dos acordos anteriores pela Conmebol.
De toda esta rede, a parte mais notória é que envolve o argentino naturalizado brasileiro José Marguiles. Ele foi um dos 14 indiciados pelo FBI em maio de 2015 e o único a não ser preso. Ele e seus parentes estão envolvidos em três offshores já conhecidas no esquema dos contratos. Eles controlavam a Somerton, empresa sediada nas Ilhas Turks e Caicos, que tinha contrato para receber US$1 milhão por ano pelas edições da Libertadores de 2007 e 2014. E foi substituída pela Valente Corporation, outra empresa dos Marguiles em 2002, que recebeu 1,6 milhões por ano.

Até a escalação tinha regras em contrato

O contrato de cessão dos direitos para transmitir os jogos da Copa Libertadores assinado entre a Conmebol e a empresa T&T Sports Marketing Ltda, registrada nas Ilhas Cayman, dava amplo controle a offshore sobre regras essenciais do torneio, entre elas a decisão sobre locais e horários dos jogos e até sobre a escalação das equipes que disputavam esta competição.
Conforme escrevemos no artigo de Andre Augusto, o Panamá Papers é o "maior vazamento de informação da historia, incluem 11,5 milhões de registro quase 40 anos de operação da empresa Mossack Fonseca, criada em 1977, que é a quarta maior criadora de empresas fantasma no mundo". Neste escândalo internacional estão envolvidos Chefes de Estado, grandes empresários, atletas de elite, atores e atrizes de prestigio internacional que tem alguma ligação com empresa fantasma.
O envolvimento da Conmebol no caso do Panamá Papers, mostra que o futebol também esta submetido aos interesses dos grandes capitalistas e seus esquemas de corrupção. Na sua busca incessante de lucro, os grandes empresários estão dispostos a alterar resultado de jogo, escalar jogador de acordo com os interesses dos patrocinadores e também fazem acordos espúrios em grandes empresários oferecendo algum tipo de favorecimento.
Esta é uma realidade que não atinge somente a Libertadores, mas também outros torneios importantes que vai desde o Campeonato Paulista até a Copa do Mundo. Vira e mexe, vemos escândalos envolvendo os grandes cartolas e dirigentes do futebol, vide o exemplo do caso de corrupção que envolvia a escolha dos países da Rússia e Catar para sediar a Copa do Mundo em 2018 e 2022, respectivamente.
O esporte foi apropriado pelo capitalismo, por isso que meia dúzia de cartolas estão junto com outros setores da burguesia mundial em um esquema de corrupção mundial que está envolvido o atual presidente da Argentina Mauricio Macri, diversos deputados brasileiros de vários partidos e até reis do Marrocos e da Arábia Saudita. Estes magnatas do esporte fazem parte de um punhado de capitalistas que concentra a riqueza do mundo e pra continuar neste grupo seleto fazem todo tipo de falcatrua, enquanto a grande maioria da população mundial está imersa na pobreza.




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