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Racismo policial | Letícia Parks: “Justiça por Clayton, assassinado por PM por suposto roubo de celular que esqueceu no próprio carro”

Assassinato de jovem negro por PM, que o acusou de roubar seu celular que estava em seu proprio carro é mais um triste retrato do racismo policial que precisamos enfrentar com organização e luta dos negros e oprimidos junto a classe trabalhadora.

sexta-feira 13 de agosto de 2021 | Edição do dia

Foto: Montagem/Reprodução

A notícia: PM mata jovem negro por roubo de celular que esqueceu no próprio carro. De acordo com testemunha, o cabo Silvio Pereira dos Santos Neto aparentava estar embriagado e cobrou Clayton Abel de Lima pelo aparelho. O jovem respondeu que não sabia e foi alvejado.

O cabo da PM Silvio Pereira dos Santos Neto, 29, foi preso em flagrante no sábado (7) após matar Clayton Abel de Lima, 20, num bar na região de Vila Medeiros, na zona norte da capital paulista. Neto acusou Clayton de ter roubado seu celular que foi encontrado, após o crime, no carro do PM.

Letícia Parks deu declaração do Esquerda Diário sobre a trágica notícia:

Tamanho absurdo não se explica pela embriaguez ou despreparo do cabo da PM e muito menos pela “suspeita” de furto do celular. A polícia mata jovens negros todos os dias porque o racismo arraigado nessa instituição é um mecanismo para “autorizar” e “justificar” o injustificável, o assassinato sumário com base em um julgamento racial feito a cada disparo de gatilho.

É insuportável. Quantos mais jovens negros precisaremos enterrar, quantas mães ainda terão que sofrer? Essa indignação é um combustível potente e necessário para nossa luta organizada, enquanto negros e negras, enquanto trabalhadores, denunciando o racismo policial que é parte fundadora e definitiva dessa instituição que precisa ser derrotada.

A polícia é inimiga da nossa luta nas ruas, quando fazemos greve e nos reprimem, quando lutamos contra a ultra direita abertamente racista ou por condições de trabalho básicas. Nossa inspiração é na luta dos negros e negras norte americanos, que junto à outros milhões de jovens e trabalhadores brancos aliados lutaram incansavelmente por justiça para Georg Floyd, expulsando a polícia dos sindicatos de trabalhadores e defendendo seu desfinanciamento pelo estado. Se o trabalho da polícia é empilhar corpos negros, não reconhecemos esse trabalho, não são nossos irmãos de classe, assim nos inspiramos nos bravos ativistas do #BlackLivesMatter!

No Brasil de Amarildo, Marielle, Claudias, Joãos e Claytons, a luta contra a barbárie policial começa com a exigência do fim dos autos de resistência e imposição de júris populares para julgar os assassinas, comumente protegidos por seus pares nos tribunais corporativos, além do fim das tropas especiais, privilegiadas e destacadas para assassinar. Só confiando na força da nossa organização como oprimidos em aliança com a classe trabalhadora é possível avançar estrategicamente contra a polícia e toda barbárie capitalista que gera tanto ódio e violência.

Com informações de reportagem de Jeniffer Mendonça, na Ponte.




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