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Lava Jato quer manter seus super poderes, enquanto Temer busca sua imunidade

sexta-feira 7 de julho de 2017 | Edição do dia

Em uma frente há uma ala do regime que apostou todas as suas fichas em atacar a casta politica e determinadas estatais, que buscam manter sua panca de privilégios e super-poderes, que inconscientemente ou não, mantiveram-se ao lado do imperialismo norte-americano e de grandes empresários que não são citados ou recebem sanções ridículas do Ministério Público. E de outro, Michel Temer e a casta de políticos corruptos que querem se safar a qualquer custo da Lava Jato e em busca de sua imunidade realizam sanções a operação, os procuradores na defesa de seus super-poderes e seres desesperados tentando travar a operação. Esse é o dilema de fachada por trás do último desdobramento da Lava Jato.

A Lava Jato desde o seu inicio mostrou fortíssimos indícios de sua ligação com os Estados Unidos e os países imperialistas, aqui pode

A ligação foi exposta mais abertamente no Wikileaks, o site mostrou que autoridades americanas haviam criado curso para treinar juristas brasileiros. A lava jato é alvo de disputas entre os imperialismos, que se enfrentam para buscar espaço no mercado brasileiro, enquanto as grandes empresas brasileiras que cresceram durante o governo Lula, através de sua politica de fomentar as campeões nacionais, eram atacadas e estavam no olho do furacão da Lava Jato.

Muitas dessas mesmas empresas estrangeiras, que se aproveitam e se aproveitarão desse espaço deixado pelas "campeãs nacionais" e dos ataques dados por Temer através de suas precarizantes reformas, tinham inclusive contratos com as empresas investigadas mas pouco se viu uma empresa inglesa ou norte-americana ser investigada ou citada na Lava-Jato, apesar dos muitos contratos firmados entre empresas destes países com a Odebrecht e Petrobras, para citar dois grandes casos.

A disputa que se vê nesse caso é entre uma ala do regime disposta a apostar cegamente na Lava Jato como a saída e outra parte, que se coloca a fim de conseguir imunidade total e se coloca a freiar a operação.

O delegado Igor Romário de Paula, coordenador da Lava Jato em Curitiba anunciou em entrevista coletiva ontem de que a força tarefa da operação Lava Jato e Carne fraca não funcionará mais e os policiais passarão a integrar a Delegacia de Combate a Corrupção e Desvio de Verbas Públicas (Delecor).

A força tarefa que contava com 4 delegados da Policia Federal e mais agentes, num total de 40 pessoas em tempo integral, não funcionará mais, em nota a Policia Federal atribuiu a decisão ao delegado Igor Romário de Paula, coordenador da Lava Jato em Curitiba.

Desde Julho de 2016, 3 delegados do "grupo de trabalho", Eduardo Mauat, Érika Marena e Marcio Anselmo foram deslocados de Curitiba, achegou a contar com 11 delegados e toca investigações como a de Lula e Dilma, Eduardo Cunha, Antonio Palocci e Marcelo Odebrecht, além de 80 inquéritos ainda nem tocados pelos investigadores e 30 decorrentes das Delações da Odebrecht que ainda não foram iniciados. O caminho seguido agora em Curitiba se assemelha com o Rio de Janeiro, onde não há uma força tarefa da PF e sim do Ministério Público.

Em nota a PF negou o esvaziamento da operação em Curitiba e afirmou que a troca de contingenciamento é meramente pratica. Os Procuradores da força tarefa, representantes da ala que colocou a mão no fogo pela operação, em Curitiba declararam grande insatisfação com as medidas, o que querem é manter seus super poderes:

1. A operação Lava Jato investiga corrupção bilionária praticada por centenas de pessoas, incluindo ocupantes atuais e pretéritos de altos postos do Governo Federal. Foram realizadas 844 buscas e apreensões em 41 fases que ensejaram a apreensão de um imenso volume de materiais – apenas na primeira fase, foram mais de 80 mil documentos. São rastreadas hoje mais de 21 milhões de transações que envolvem mais de R$ 1,3 trilhão. Já foram acusadas por crimes graves como corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa mais de 280 pessoas, e centenas de outras permanecem sob investigação. Embora já tenham sido recuperados, de modo inédito, mais de R$ 10 bilhões, há um potencial de recuperação de muitos outros bilhões, se os esforços de investigação prosseguirem.

2. A anunciada integração, na Polícia Federal, do Grupo de Trabalho da Lava Jato à Delegacia de Combate à Corrupção e Desvio de Verbas Públicas, após a redução do número de delegados a menos de metade, prejudica as investigações da Lava Jato e dificulta que prossigam com a eficiência com que se desenvolveram até recentemente.

3. O efetivo da Polícia Federal na Lava Jato, reduzido drasticamente no governo atual, não é adequado à demanda. Hoje, o número de inquéritos e investigações é restringido pela quantidade de investigadores disponível. Há uma grande lista de materiais pendentes de análise e os delegados de polícia do caso não têm tido condições de desenvolver novas linhas de investigação por serem absorvidos por demandas ordinárias do trabalho acumulado.

4. A redução e dissolução do Grupo de Trabalho da Polícia Federal não contribui para priorizar ainda mais as investigações ou facilitar o intercâmbio de informações. Pelo contrário, a distribuição das investigações para um número maior de delegados e a ausência de exclusividade na Lava Jato prejudicam a especialização do conhecimento e da atividade, o desenvolvimento de uma visão do todo, a descoberta de interconexões entre as centenas de investigados e os resultados.

5. A necessidade evidente de serviço, decorrente inclusive do acordo feito com a Odebrecht, determinou que a equipe do Ministério Público Federal na Lava Jato em Curitiba tenha aumentado, o que ocorreu em paralelo ao aumento das equipes da Lava Jato no Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, no mesmo período em que a Polícia Federal reduziu a equipe e dissolveu o Grupo de Trabalho da Lava Jato em Curitiba.

6. A Polícia Federal, assim como a Receita Federal, são parceiras indispensáveis nos trabalhos da Lava Jato. Reconhece-se ainda a dedicação do superintendente da Polícia Federal no Paraná, Rosalvo Franco, e do Delegado de Polícia Federal Igor de Paula, às investigações. Contudo, a medida tornada pública hoje é um evidente retrocesso. Por isso, o Ministério Público Federal espera que a decisão possa ser revista, com a consequente reversão da diminuição de quadros e da dissolução do Grupo de Trabalho da Polícia Federal na Lava Jato, a fim de que possam prosseguir regularmente e com eficiência as investigações contra centenas de pessoas e de que os bilhões desviados possam continuar a ser recuperados.




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