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LAVA JATO | Lava Jato lança manifesto: ilusionistas do combate à corrupção querem ditar os rumos do país

Reunidos no Rio, procuradores de três estados lançaram um manifesto político. Nele opinam desde o que o STF deveria fazer a como você deveria votar. Evidentemente, omitem os imensos casos de corrupção imperialista que eles conscientemente omitem.

Leandro LanfrediRio de Janeiro | @leandrolanfrdi

terça-feira 28 de novembro de 2017 | Edição do dia

Paladinos da moral seletiva, ungidos por suas convicções religiosas e pelo aplauso da mídia, os procuradores da Lava Jato do Rio de Janeiro, Paraná e São Paulo se reuniram para lançar um manifesto político. Nele relembram e comemoram os feitos das operações, desafiam os políticos, se arvoram a opinar sobre o que o STF deveria fazer e até mesmo como você deveria votar. Omitem, é claro, como a maioria deles participou de treinamentos feitos pelos EUA e como apesar das vastas evidências nunca tocaram uma empresa imperialista nas investigações.

Os procuradores da Lava Jato são mestres do ilusionismo, com auxílio da mídia ajudaram a convencer o país que a culpa da corrupção recai somente nos agentes políticos dos empresários, e estes seriam santos maculados pelo “patrimonialismo predatório” dos políticos. Assim transfere-se o ódio a alguns e poupa-se outros. Prestidigitadores, são especialistas em sumir com a corrupção imperialista, não importa se delações falem em dinheiro de empresas estrangeiras, elas nem investigadas são. E ao contrário de “rigorosos” mais omitem e salvam corruptos empresariais do que condenam corruptos políticos, seguramente se saberia muito mais da corrupção e seria garantida a expropriação e controle operário das empresas corruptas e confisco dos bens e se os julgamentos fossem por júri popular como defende esse Esquerda Diário.

Para saber mais sobre a corrupção imperialista e interesses estrangeiros por trás da Lava Jato veja essa pesquisa do Esquerda Diário a partir da delação do gerente Barusco da Petrobras -> http://www.esquerdadiario.com.br/Lava-Jato-por-tras-de-Moro-e-da-grande-midia-se-escondem-alguns-dos-donos-do-mundo

Os procuradores do Ministério Público de três estados onde mais tem avançado a operação se reuniram no Rio de Janeiro para lançar o manifesto político (leia ao final da matéria) que foi prontamente publicado no site oficial da instituição, ficaram ausentes os representantes de Brasília, Rio Grande do Norte e Mato Grosso onde a operação também tem se destacado.

O manifesto diverge dos posicionamentos da nova procuradora geral da República, Raquel Dodge, escolhida a dedo por Temer e Gilmar Mendes com a missão de garantir a impunidade de toda a casta política. A publicação da “Carta do Rio” no site oficial da instituição mostra como a procuradora não quis – ou não pode – ainda se confrontar com uma ala tão grande de sua instituição. Possivelmente, como de costume no MPF a procuradoria-geral deve cumprir um papel de árbitro entre alas para se manter no poder e se tomar esse rumo deverá ceder mais aos príncipes “Lava Jato”.

Os procuradores da Lava Jato além de terem grande espaço na mídia acumulam vastas somas de recursos oriundos das delações, como denunciamos nessa matéria Não se sabe se para os próprios bolsos ou para a instituição - e quem questionava isso morreu, Teori Zavacki. O poder midiático e pecuniário dos procuradores é um fator para contenção de Raquel Dodge.

Mas o mero fato de hoje ser publicado um manifesto que é de alguns procuradores e não de todo Ministério Público ilustra como essa é mais uma das instituições rachadas ao meio em meio ao que chamamos de “crise orgânica” no país (que atravessa as distintas instituições, afetando o estado de conjunto ao conter elementos de crise de representatividade, crise política, social e econômica).

O manifesto se arvora poderes judiciais e políticos que os procuradores não têm, versando sobre o que deveria fazer o STF no que tange ao cumprimento de pena após decisão da segunda instância, foro privilegiado e outros temas. Nele também exortam os brasileiros a votarem somente em quem não tenha sido acusado de corrupção.

Com a seletividade com que operam, é bem sabido que alguns (como o tucanato paulista) nem acusados chegam a ser..., e é claro, como procuradores-juízes-divinos a ele não interessa se foram condenados ou não, basta que tenham sido acusados (por eles mesmos).

Nesse manifesto assinado por alguns procuradores que já haviam sido citados em documento secreto da embaixada ianque de como estava treinando procuradores e juízes no Brasil (saiba mais lendo “Wikileaks: EUA criou curso para treinar Moro e juristas) menciona-se o número de condenados, os anos de pena (minúsculos para os empresários delatores que depois podem ir para o conforto de suas mansões e contas bancárias caribenhas) e o volume de recursos recolhidos.

Todo seu alvo são os políticos. É claro que corruptos em sua maioria no nosso podre regime e em todo capitalismo, mas poupam ,como de costume os empresários, sobretudo os estrangeiros.

Eis a política secreta dos procuradores que não aparece nesse seu “grito de guerra” contra uma casta política igualmente podre que vota uma reforma trabalhista escravista, que quer acabar com seu direito a aposentadoria e legisla em nome de sua salvação.

Leia abaixo a íntegra da carta assinada pelos procuradores do Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro:

"Carta do Rio de Janeiro

Os procuradores da República das Forças Tarefas da Lava Jato de Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro, reunidos na cidade do Rio de Janeiro, no dia 27 de novembro de 2017, para coordenar esforços no combate à corrupção, por meio da discussão de casos conexos, de técnicas e instrumentos de investigação e dos fatores que estimulam a corrupção no país, vêm a público expressar que:

1. Desde 2014, a Lava Jato vem revelando que a corrupção no Brasil está bastante disseminada no modo de funcionamento do sistema político nas esferas federal, estadual e municipal. Cargos públicos de chefia são loteados por políticos e partidos para a arrecadação de propinas. O dinheiro enriquece criminosos e financia campanhas, o que deturpa a democracia, gera ineficiência econômica, acirra a desigualdade e empobrece a prestação de serviços públicos.

2. Dentre os resultados desse esforço coletivo de diversas Instituições, 416 pessoas foram acusadas por crimes como corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa; 144 réus foram condenados a mais de 2.130 anos; 64 fases foram deflagradas, cumprindo-se 1.100 mandados de busca e apreensão; pelo menos 92 ações penais tramitam na Justiça; 340 pedidos de cooperação internacional foram enviados ou recebidos em conexão com mais de 40 países; e mais de 11 bilhões de reais estão sendo recuperados por meio de acordos de colaboração com pessoas físicas e jurídicas.

3. Contudo, mesmo depois de tantos escândalos, tanto o Congresso como os partidos não afastaram os políticos envolvidos nos crimes. Pelo contrário, a perspectiva de responsabilização de políticos influentes uniu grande parte da classe política contra as investigações e os investigadores, o que se reflete na atuação de Comissões Parlamentares de Inquérito e em diversos projetos de lei que ameaçam as investigações.

4. Exemplos disso são a forma de atuação da CPI da Petrobras de 2015 (a qual absolveu criminosos e condenou investigadores) e da CPMI do caso JBS em 2017 e a propositura de uma série de projetos de lei prejudiciais à punição dos grandes corruptos, como os de anistia (perdoando a corrupção sob o disfarce de perdão a caixa dois), de abuso de autoridade (criando punições a condutas legítimas com único intuito de intimidar as autoridades), da reforma do Código de Processo Penal (impedindo prisão preventiva em casos de corrupção), da delação premiada (vedando-a, por exemplo, em casos de réus presos) e da prisão apenas após percorridas todas as instâncias (propiciando ambiente altamente favorável à prescrição e à impunidade).

5. As tentativas de garantir a impunidade de políticos poderosos certamente se intensificarão, como aconteceu na libertação dos líderes políticos fluminenses pela ALERJ no dia 17/11/2017.

6. Da mesma forma, é essencial que a sociedade acompanhe o desenrolar das grandes questões jurídicas que hoje são travadas na mais alta Corte do País, como o foro privilegiado, a colaboração premiada, a execução de condenação confirmada em segundo grau e a prisão preventiva, manifestando democraticamente o seu interesse de que não haja retrocessos. Para o desenvolvimento adequado das investigações, é essencial que se fomente um ambiente favorável para a celebração de acordos de colaboração premiada e que tenham sua homologação apreciada rapidamente.

7. O Ministério Público Federal continuará a defender a sociedade e a democracia brasileiras da corrupção endêmica de nosso sistema político. Esse é o compromisso dos procuradores da Lava Jato, que não se acanharão com os ataques que vêm sofrendo de interesses atingidos pelas investigações. Contudo, o futuro da Lava Jato e a esperança no fim da impunidade histórica de poderosos no Brasil dependem do Congresso Nacional. Somente os parlamentares federais podem aprovar as leis necessárias para satisfazer os anseios da população por Justiça. Infelizmente, há quase um ano, em plena madrugada do dia 29/11/2016, enquanto o país chorava a tragédia do avião da Chapecoense, a Câmara dos Deputados desprezou o desejo legítimo de mais de 2 milhões e 300 mil pessoas ao desfigurar as 10 Medidas Contra a Corrupção, encerrando precocemente um debate necessário.

8. Se a luta contra a Corrupção depende essencialmente do Congresso, é preciso que a sociedade continue atenta aos movimentos dos atuais parlamentares, manifestando-se contra qualquer tentativa de dificultar ou impedir as investigações criminais de pessoas poderosas. Por fim, é crucial que em 2018 cada eleitor escolha cuidadosamente, dentre os diversos setores de nossa sociedade, apenas deputados e senadores com passado limpo, comprometidos com os valores democráticos e republicanos e que apoiem efetivamente a agenda anticorrupção. Olhando o passado, não podemos descuidar do futuro."

Procuradores das Forças Tarefas da Lava Jato em Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo




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