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MINAS GERAIS | Lacerda fala contra a "velha política" mas é um grande empresário que se alia a golpistas

Marcio Lacerda, segundo candidato a governador mais rico de Minas Gerais, que vem fazendo um discurso “contra a velha política”, representa, na verdade, nada mais nada menos do que a velha política dos capitalistas e empresários do estado. Lacerda, que já foi prefeito de BH, é um empresário que vem para representar os seus.

Flavia ValleProfessora, Minas Gerais

segunda-feira 20 de agosto de 2018 | Edição do dia

Marcio Lacerda com os tucanos Aécio Neves e Antonio Anastasia durante campanha em 2012. Foto: Nidin Sanches

Ele declarou nestas eleições mais de 34 milhões de reais de patrimônio, e está muito longe de ser uma opção para os trabalhadores mineiros, seu histórico é de um empresário que sempre representou os interesses dos patrões.

Lacerda agora lança sua candidatura com um vice do MDB, Adalclever Lopes, que comandou o golpismo do partido de Michel Temer no estado de Minas Gerais. O empresário quer aproveitar o desgaste do PT e do PSDB para aparecer como algo novo, ocupando seu espaço em um velho regime político cada vez mais antidemocrático e controlado pelo judiciário contra os trabalhadores e o povo.

Já em 1994, Lacerda fez uma “gorda doação” para a campanha de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), representante das elites e do neoliberalismo que tanto atacou os trabalhadores, demonstrando que, diferente do que tenta apresentar, o candidato do PSB não é nada de novo no regime brasileiro, na verdade faz parte da velha e podre política que governa para os capitalistas.

Aumento de passagem em BH e a velha corrupção dos políticos da ordem

Lacerda deixou a Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais em maio de 2008 para concorrer ao cargo de prefeito de Belo Horizonte, com apoio do governador Aécio Neves, envolvido até o pescoço em corrupção, e o então prefeito, Fernando Pimentel. O candidato a governador, que faz tanta questão de aparecer como novo na política dos velhos, se lançou como prefeito, justamente, junto aos velhos políticos do regime. O apoio do tucano e do petista a Lacerda foi expressão dos conchavos entre estes setores como forma de garantir um governo com base real para atacar os trabalhadores enquanto se governava com os mesmo de sempre a serviço dos patrões e empresários.

O ex-prefeito de BH (2013-2016) esteve à frente da prefeitura no auge da luta contra o aumento de passagem em 2013, durante as manifestações que tomaram o Brasil, Lacerda não fez diferente do que seus amigos prefeitos e governadores pelo país, reprimiu a juventude que lutava por um transporte público de qualidade e ainda afirma, anos depois em novos aumentos, que era “absolutamente justo” o aumento das tarifas, dizendo que as “empresas realmente estão com dificuldades”, reafirmando que seu compromisso era, como ainda é, com os grandes empresários.

Além da estreita relação com os empresários do transporte de BH, Lacerda também foi um dos muitos políticos envolvidos em corrupção. Segundo delatores da Odebrecht, o ex-prefeito teria recebido repasses para campanhas eleitorais de 2008 e 2012.

Na campanha de 2012, o ex-diretor da Odebrecht em Minas, Sérgio Neves, disse que foram dois repasses, um de R$ 500 mil e outro no valor de R$ 2,5 milhões. Uma fortuna para garantir os interesses dos capitalistas dentro do governo, escancarando o velho balcão de negócios da burguesia que é o Estado capitalista.

Nessas eleições venha ser parte de uma força anticapitalista dos trabalhadores, contra a direita empresarial, apoiadora do golpe, que governa para os capitalistas

Marcio Lacerda, apesar do discurso contra a “velha política” vem para manter, exatamente, a velha política dos ricos e poderosos. Para governar para os capitalistas, Lacerda já sinalizou que é preciso “reduzir os impostos das empresas”. Redução de impostos para empresários e ajuste para os trabalhadores, este é o programa do empresário mineiro. A mesma fórmula utilizada pelo atual governo de Fernando Pimentel (PT), amigo de Lacerda, que faz ajuste fiscal contra os trabalhadores, com cortes e atrasos de salários de servidores públicos e aposentados, enquanto para os empresários oferece isenção de impostos.

Enquanto o candidato a governador fala em redução de impostos das empresas, nada diz sobre a dívida pública, assim como seus amigos de direita que seguem a dita “responsabilidade fiscal” como forma de garantir o maior mecanismo de saque nacional, passando por cima dos direitos dos trabalhadores.

Contra as candidaturas da direita, denunciando o caráter restritivo dessas eleições e sem chamar o voto em nenhuma candidatura do PT, apresentamos pelo MRT nossas candidaturas anticapitalistas da classe trabalhadora.




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