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DENÚNCIA | "Kalil nega o direito a teletrabalho a quem tem comorbidades" relata professora de BH

Em relato, professora com comorbidade conta que Prefeitura de Belo Horizonte está impondo seu retorno ao ensino presencial, mesmo pertencendo a grupo de risco.

sexta-feira 30 de abril de 2021 | Edição do dia

Foto: Agência Brasil

Em denúncia ao Esquerda Diário, professora da rede pública de Belo Horizonte relata descaso da Prefeitura de Kalil (PSD) com os servidores que apresentam comorbidades físicas.

Ela relata que:

"Ao contrário do que estão veiculando na mídia, a perícia da Prefeitura de Belo Horizonte tem negado o direito de pessoas com comorbidades a permanecerem em teletrabalho. Eu sou hipertensa, faço uso de 3 medicações e tenho declaração do cardiologista. Muitos exames e receituários. Mesmo assim meu direito de permanecer em teletrabalho foi negado. De acordo com a perícia não me enquadro no grupo de risco."

Ainda segundo ela, a Prefeitura de Belo Horizonte alega que caso todos os protocolos fossem seguidos o risco de contágio seria minimizado, o que não impediria o trabalho presencial.

Na prática, esses protocolos não passam de demagogia. Enquanto tentam expressar uma suposta preocupação para impedir o contágio no retorno, os trabalhadores da educação, até mesmo os que possuem comorbidades, são colocados em situação de risco, sem nenhuma condição sanitária e sem garantia de vacinação.

Além de relatar essa situação, a professora ainda conta um pouco sobre a precariedade a que sua categoria está sendo submetida desde o início da pandemia:

"Nós, professores de Belo Horizonte, estamos trabalhando o dia todo, sem hora de almoço, sábado, domingo e feriado. Temos que atender as famílias no horário em que nos acionam, porque a PBH não tem ação efetiva para acionar os estudantes. Então, somos nós que estamos nos virando para correr atrás dos estudantes. Preparamos material para os estudantes, aulas online, reuniões virtuais. mas os estudantes não tem como acessar e, além disso, temos que dispor da nossa internet particular. Eu precisei trocar meu computador para o trabalho remoto e melhorar minha internet, tudo do meu bolso."

O retorno presencial não deve ser uma imposição, no pior momento da pandemia, de Kalil, político de direita e representante da política de setores tradicionais. Ele que, em entrevista a rádio Itatiaia na última quarta-feira, se referiu à mobilização dos trabalhadores da educação (uma maioria de mulheres e negros) como “esdrúxula e egoísta”, ressaltando que a prefeitura irá cortar o ponto dos que não se apresentarem para o retorno presencial.

Somente os trabalhadores da educação junto à comunidade escolar e aos trabalhadores da saúde são os realmente capazes de avaliar a real condição do retorno das aulas, como e quando deverá acontecer.

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Leia também: Trabalhadores da educação em greve contra retorno inseguro de Kalil fazem carta à comunidade




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