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IMIGRAÇÃO EUROPA | Juventude se solidariza com os imigrantes e refugiados na Europa

A cena de um homem tentando se manter junto de uma mulher com filho, mordendo-lhe a manga da camisa no ultimo ato de desespero antes que a policia européia os separa a golpes de cassetete, não é cena da primeira e segunda guerra, nem de tempos passados, mas sim a expressão da falência do capitalismo nos dias atuais.

Isabel Inês São Paulo

sexta-feira 4 de setembro de 2015 | 00:29

A cena de um homem tentando se manter junto de uma mulher com filho, mordendo-lhe a manga da camisa no ultimo ato de desespero antes que a policia européia os separa a golpes de cassetete, não é cena da primeira e segunda guerra, nem de tempos passados, mas sim a expressão da falência do capitalismo nos dias atuais.

Os diários do mundo todo vem noticiando a crise migratória na Europa, são cenas dramáticas que chegam de minuto a minuto, junto da história de milhares de pessoas que se veem sem lugar no mundo. Na Grécia, da ultima semana para esta aumentou em 50% o numero de refugiados, chegando a mais de 23 mil imigrantes nessa semana. Na Alemanha só em agosto são mais de 100 mil pedidos de asilo, somados aos 300 mil pedidos nesse ano. Esses números alarmantes colocam mais que uma crise humanitária, também uma crise política e uma profunda questão ideológica para o mundo.

A União Européia criada em 1991, fruto da queda do Muro de Berlim e a restauração capitalista, durante a ofensiva neoliberal, e todo o discurso ideológico de vitória do capitalismo, foi a expressão máxima do suposto desenvolvimento desse sistema, do fim das fronteiras nacionais e da convivência harmônica dos estados nacionais. A crise econômica já “tirou do eixo” os valores triunfalistas ocidentais. A imigração começa a ser outro fator que coloca em questão toda essa ideologia, questionando não apenas a organização econômica da sociedade, mas também deixando a pergunta: que mundo a juventude pretende batalhar para viver?

Desde o estourar da crise capitalista em 2008, os diversos movimentos de juventude que saíram pelo mundo tinham um elemento em comum, o questionamento aos privilégios de poucos, e as castas políticas, o problema da imigração traz mais um questionamento profundo, qual o valor das fronteiras nacionais? Enquanto as castas políticas e a burguesia dos países europeus tentam fechar suas fronteiras contra a imigração, como a Hungria que esta construindo 175 quilômetros de muro para separar o país da Servia, a Bulgária fechando a sua com a Turquia, a Alemanha indiretamente impede que os trens com imigrantes saiam da Áustria para o seu território, a população apóia os imigrantes, como as torcidas de times de futebol que essa semana levantaram “Refugees: Welcome”, nos jogos.

As fronteiras nacionais, além de um atraso reacionário ao desenvolvimento da técnica e das forças produtivas, tem um “significante material”: separar aquilo cuja unidade a burguesia não poderia tolerar, a dos trabalhadores, que não têm pátria.

Estudantes das Universidades no Brasil se colocam do lado dos imigrantes

Nessa quinta feira, estudantes da USP, da Unicamp, da UERJ e UFRJ tiraram fotos em apoio aos imigrantes e denunciando a política xenofóbica dos governos europeus. Essa política é iniciativa da Juventude as Ruas, que vê na solidariedade internacional parte também de construir um movimento estudantil político, que não se preocupa apenas com as próprias pautas, mas que pretende fazer os grandes debates nacionais e internacionais, dentro da Universidade.

A juventude brasileira se encontra em um momento de profunda politização, e com o desemprego, os cortes na educação, a inflação, vê seu futuro cada vez mais nebuloso, entender suas condições como parte de um problema global, e que estar do lado dos imigrantes, negros, muçulmanos é estar do lado daqueles que o capitalismo só oprimiu, e assim a única resposta lógica é questionar esse sistema até a raiz.

Essa reflexão que parece distante, se mostra também dentro do Brasil, a presidente Dilma, não só não abre o território nacional para receber os imigrantes, como trata com assassinatos e trabalho semi escravo os imigrantes haitianos que vem para o pais. Para o governo do PT as terras do Brasil vão continuar nas mãos das empresas, dos latifundiários, ou negociadas com países imperialistas como a Alemanha, não há espaço para os imigrantes no Brasil do PT.




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