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ESTADO E IGREJA | Justiça suspende passaportes diplomáticos de R.R. Soares e sua esposa

quinta-feira 7 de julho de 2016 | Edição do dia

Com o argumento de equiparar os privilégios que líderes católicos possuem, o golpista Serra Ministro das Relações Exteriores concedeu o documento a R.R. Soares e sua esposa Maria Magdalena Ribeiro Soares da Igreja Internacional da Graça de Deus. O passaporte diplomático permite a entrada em países que possuem relação diplomática com o Brasil, sem que seja necessário visto ou qualquer outra burocracia.

A decisão liminar acata o pedido em ação popular movida pelo advogado Ricardo Amin Abrahão Nacle. Segundo o juiz da 7ª Vara Federal Cível Tiago Bologna Dias, os pastores têm cinco dias para devolverem o passaporte, uma vez que benefícios dessa espécie representam uma “confusão entre Estado e religião incabível”.

Serra já havia fornecido passaportes diplomáticos a Samuel Ferreira e sua esposa Keila Ferreia, cuja igreja é em Campinas. Ambos investigados pela Lava-Jato por receberem em sua igreja a doação de R$ 250 mil do lobista delator da Lava-Jato Julio Camargo, sendo essa quantia absurda referente a parte da propina dos US$ 5 milhões destinados a Cunha no caso dos contratos de navios-sonda da Petrobrás no qual é investigado.

Em 2013 durante o governo Dilma também foi concedido o benefício a líderes religiosos, Valdomiro Santiago de Oliveira e sua esposa Franciléia de Castro Gomes, da Igreja Mundial do Poder de Deus, sob o mesmo argumento de igualdade religiosa.

Essa relação entre Estado e Igreja é notadamente um insulto à maioria da população, uma vez que a laicidade do Estado está prevista há anos, mas não se pratica, já que é rentável aos políticos manterem os laços carnais com as instituições que pregam a moralidade aos corpos alheios. Os efeitos dessa relação de interesses espúrios leva a morte centenas de milhares de mulheres por abortos clandestinos, a suspenção do direito de existir dos LGBTs uma vez que nas escolas está sendo proibido que se debata questões de gênero, em momentos pretéritos da historia endossou a escravização do povo africano sob o argumento de não terem alma, permitindo assim, que os vendessem como meras mercadorias. Isso em nome da sacrossanta aliança entre Estado e Igreja, testas de ferro da corrupção descarada desse sistema de exploração.




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