Ademir Santana Souza, ainda usando o uniforme do trabalho, morreu com três tiros em abordagem da polícia após sair do expediente.
segunda-feira 31 de maio de 2021 | Edição do dia
Imagem: SINTENCT-SP
Trabalhador negro e morador da periferia, Ademir foi baleado na última sexta-feira, dia 28. Ademir foi abordado na saída do setor, ainda fardado, após um dia cansativo de trabalho e após um ano e meio trabalhando sob as condições extremas de medo e insegurança da pandemia.
O Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios Telégrafos e Similares de São Paulo (SINTECT-SP) disse em nota da pressão a que os trabalhadores dos Correios estão submetidos pelas condições de trabalho e sociais, "em meio a uma pandemia mal gerida pelos governantes".
Os trabalhadores dos Correios não tiveram direito a quarentena e, além de sofrerem ataques e perderem direitos, não têm direito ao descanso aos domingos e aos feriados.
O SINTECT-SP ainda disse: “A Diretoria do SINTECT-SP expressa sua solidariedade aos familiares e protesta com veemência contra essa violência desmedida que tirou a vida do companheiro de forma trágica e inaceitável. E repudia a violência a que a categoria está submetida pela direção da empresa, que está sugando a vida e a alma do ecetista sem dó e levando o pessoal ao limite da doença física e emocional.”
A polícia mais uma vez mostra o papel assassino de braço armado do Estado e cumpre o seu procedimento de atacar os trabalhadores e jovens negros e periféricos, que têm suas casas invadidas como tiveram as vítimas do Jacarezinho e precisam se preocupar entre morrer de tiro, fome ou vírus.
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