Há oito dias em greve por melhores condições de trabalho e salário, professores de Fortaleza têm a sua luta jogada na ilegalidade. No entanto, a categoria decide pela continuidade da greve!
sábado 27 de fevereiro de 2016 | 00:44
Desde o dia 12 de fevereiro os professores da rede municipal de Fortaleza, Ceará, estão em greve por reajuste salarial de 11,36% e liberação 60% de verbas do Fundef (Fundo de Manutenção e desenvolvimento do Ensino Fundamental e do Magistério), conforme detalhamos aqui.
Paralisando as atividades desde o dia 12, assim como realizando manifestações em frente à Prefeitura da cidade, os professores seguem lutando por condições dignas de trabalho e vida.
Em negociação com o prefeito da cidade, ele afirmou que atenderá a demanda do reajuste, mas parcelando-o em dois. A professora Gardênia Baima, do sindicato da categoria, Sindiute, afirmou que a categoria não aceita o parcelamento, em duas vezes, do reajuste salarial de 11,36%, o reajuste do vale-alimentação de acordo com inflação, e nem os pagamentos dos anuênios devidos aos professores pelo município - no valor de R$ 49 milhões - prometido o pagamento apenas a partir do mês de agosto pela prefeitura
No entanto, no dia de ontem (25), a Justiça Estadual do Ceará decretou que, a partir de hoje (26), a greve dos professores de Fortaleza será considerada ilegal, determinando o retorno imediato das atividades com multa de R$100 mil por dia de desrespeito a essa decisão judicial. A categoria foi proibida ainda de realizar atos com menos de 500m de proximidade de alguma escola municipal.
Pautando essa decisão da Justiça, os professores de Fortaleza não recuaram, votando pela continuidade da greve em assembleia realizada no dia de hoje. Uma nova assembleia já está marcada para a próxima segunda, dia 29/02.
Danilo Magrão, militante do Professores Pela Base de Campinas, São Paulo, declarou que: “É um absurdo a Justiça declarar ilegal a greve dos professores de Fortaleza! Em um período onde a crise econômica vem provocando cortes nas principais áreas sociais do país, como é o caso da educação, a Justiça burguesa não garante nem mesmo o direito dos professores em lutar por condições dignas de trabalho. Os professores de Fortaleza não devem se deixar abalar com essa injustiça! Devem seguir na luta por melhores condições de trabalho e melhores salários, combatendo os cortes que vem sendo implementados por todos os lados à educação pública do país!”
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