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GREVE DO TRANSPORTE PÚBLICO MANAUS | Justiça coage motoristas a retomar atividades no transporte público em Manaus

No seu 7º dia de greve, linhas de ônibus voltam às ruas após decisão da Justiça que determinou o funcionamento de 75% da frota. A liminar também determinou multa de R$1.000,00 reais por hora para motoristas grevistas que não retomarem o serviço.

segunda-feira 4 de junho de 2018 | Edição do dia

Em meio a um histórico processo de lutas que chega a sua décima paralisação só neste ano, rodoviários de Manaus, sob dura ameaça da Justiça, retomaram parte do serviço nessa quarta-feira (4), 7º dia da greve.

A trégua com a patronal foi declarada pelo Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Rodoviários de Manaus (STTRM), dirigido pela CTB, no domingo, após decisão do Tribunal de Justiça do Amazônas determinando a operação de no mínimo 75% da frota, sob ameaça de multa de mil reais por hora aos motoristas das concessionárias. A fiscalização do cumprimento da liminar foi atribuída à Prefeitura de Manaus (Prefeito Arthur Virgílio, PSDB) e à patronal Sinetram, por decisão do juiz Antonio Gonzaga, que também solicitou abertura de inquérito policial para investigar a greve.

Essa "trégua" levada a cabo pela já conhecida burocracia da CTB, não foi firmada pela categoria e demonstra que novamente os trabalhadores têm que se enfrentar não só com a patronal mas também com a burocracia sindical.

“Temos retroativo de quase R$ 16 milhões que as empresas devem aos trabalhadores. Temos FGTS e INSS não depositados. Pelo segundo ano, as empresas não concederam reajuste. São muitas pendências que têm que ser resolvidas”, disse Givancir Oliveira, presidente do STTRM. Enquanto isso, o assessor jurídico do Sinetram, Fernando Borges, afirmou ao fim da reunião de negociação que as “demandas [dos rodoviários] são absurdas” e que a patronal só negociará com o fim da greve. E o sindicato...acatou o ultimato patronal.

Só em 2017 houveram 66 paralisações da categoria em Manaus. Entre as demandas dos rodoviários constam também o reajuste salarial de 6,5%; contratação de cerca de 8 mil funcionários; fracionamento dos intervalos intrajornadas e das férias; compensação de feriados e horas extras unicamente por acordos coletivos; desistência da patronal (Sinetram) do processo de dissídio coletivo e abono das faltas dos grevistas. A greve, que paralisou em média 70% da frota das concessionárias, chegando a parar 100% na quinta e na sexta-feira (31 e 1º), apresenta elementos antiburocráticos de superação da direção do sindicato, como demonstram as paralisações que ocorreram hoje (4), ainda que sob a liminar da Justiça e a orientação de trégua por parte do STTRM.

Toda essa situação só escancara o caráter dos tubarões do transporte no Brasil, que exploram tanto trabalhadores, negando seus direitos e impondo salários de miséria, quanto à população em geral, através de serviços caros e precários, assim como em licitações fraudulentas e isenções e sonegações de impostos milionárias, garantidas pela corja política criminosa. Contra tudo isso, só a completa estatização dos transportes, sob controle de rodoviários e usuários pode dar uma resposta no sentido da instituição de serviços públicos baratos e de qualidade, rompendo com a lógica do lucro dos patrões.




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