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CINISMO | Juízes e promotores privilegiados pedem "compensação" para suprir fim de auxílio-moradia

Juízes e promotores, que já têm uma série de privilégios, tiveram o cinismo de afirmar que o aumento de 16,38% que tiveram é insuficiente para recompor a perda nos vencimentos com o fim do auxílio-moradia.

segunda-feira 3 de dezembro de 2018 | Edição do dia

A associações de categorias ligadas ao Poder Judiciário e ao Ministério Público estão discutindo formas para recuperar as perdas de privilégio provocadas pelo fim do auxílio-moradia, cogitando a criação de um privilégio adicional com a justificativa de "compensar a redução de valores nos vencimentos dos servidores". Cômico se não fosse trágico.

Caso avance, a sugestão deve ser levada ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). Após Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, revogar na última semana liminares de 2014 que garantiam o pagamento de privilégios sem restrições, os órgãos serão responsáveis por regulamentar casos em que o auxílio-moradia será permitido.

A decisão tomada por Fux foi em acordo com o presidente golpista Michel Temer, que sancionou o reajuste de 16,38% para o salário dos ministros do STF. Não satisfeitos, os juízes e promotores que receberam aumento enquanto milhões de trabalhadores estão desempregados reclamaram afirmando que a revisão é insuficiente para recompor a perda nos vencimentos com o fim do auxílio-moradia.

Fernando Mendes, presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), declarou que quer pelo menos como uma regra de transição algum tipo de pagamento que complemente as despesas, ou seja, ele quer continuar ostentando seus privilégios em meio à crise. A procuradora geral da República, Raquel Dodge, recorreu para que a decisão de Fux não seja aplicada a procuradores e promotores. O CNJ já deu início ao processo para cumprir a decisão de regulamentar o pagamento de benefício. Enquanto isso, no CNMP ainda não teve avanço.

No momento em que o STF aprovou a Lei de Terceirização Irrestrita - medida que veio para precarizar ainda mais as condições de trabalho -, os juízes e promotores estão insatisfeitos com o aumento de 16,38% que tiveram (ou seja, queriam mais!). Essa casta burocrática, que teve um papel fundamental desde o golpe institucional e que foi essencial para fortalecer o reacionário Bolsonaro ao prender Lula arbitrariamente, agora deixa muito explícito que só existe para fortalecer o projeto dos golpistas de descarregar a crise nas costas dos trabalhadores enquanto seguem com seus privilégios e garantem o lucro dos patrões.

Esses juízes e promotores, que não foram eleitos por ninguém, estão contra os trabalhadores, a juventude e o povo pobre. No entanto, nós, trabalhadores, precisamos impor uma resposta anticapitalista de fundo, que faça com que os capitalistas paguem pela crise que eles próprios criaram, acabando com os privilégios dos juízes e dos patrões, fazendo com que recebam o mesmo salário de um trabalhador médio, que sejam revogáveis e que os crimes cometidos sejam julgados por júri popular e não mais por uma casta privilegiada e autoritária que atua em prol dos próprios interesses!


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