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CASTA JURÍDICA | Juízes Federais provocam dizendo que ser contra privilégios é trabalhar para corruptos

Em nota do Juiz Federal, Fabrício Fernandes de Castro, presidente de AJUFERJES (Associação de Juízes Federais do RJ e ES), em nome da associação, o "excelentíssimo" busca justificar o injustificável auxílio-moradia que tem sido tema de indignação.

Ítalo GimenesMestre em Ciências Sociais e militante da Faísca na UFRN

segunda-feira 5 de fevereiro de 2018 | Edição do dia

(à esquerda, Marcelo Bretas, ao centro Fabrício Castro e à direita Sergio Moro, juízes federais)

Ainda, o juiz tenta embelezar a atuação do Judiciário no último período, como se estivesse de fato “empenhado em coibir a corrupção organizada e voraz” e que, portanto, quem corretamente questiona os privilégios desta casta estaria trabalhando a favor dos corruptos.

Não obstante, a nota trata de defender o absurdo caso da família Bretas, que recebe dois auxílios-moradia apesar de Marcelo Bretas e Simone Bretas dividirem teto (bastante luxuoso, por sinal). O que pensar de juízes que violam a própria Constituição que juram preservar ao receberem salários muitas vezes 3 vezes superior ao teto permitido por lei, de modo que o auxílio-moradia é apenas um benefício que auxilia a ultrapassar esse teto.

Convenhamos, R$ 33,7 mil de teto já seria um supersalário sem os gordos auxílios que recebem, algo que somente se justifica pelo próprio papel que a alta casta do Judiciário tem a cumprir. Um papel profundamente reacionário que está associado ao modo de vida privilegiado, anos luz do que vive um trabalhador, mas associado ao que vive os capitalistas. Assim, a alta casta do Judiciário cumpre o papel de defender a destruição da CLT via Reforma Trabalhista, assim como a preservação desses seus privilégios com a Reforma da Previdência, cuja aposentadoria não será tocada.

Além disso, vivem o luxo não para combater a corrupção, mas para atacar direitos elementares da população previstos na “sua” Constituição, como fizeram na condenação de Lula. Fazendo uso de métodos arbitrários de prisões preventivas e delações premiadas, três míseros juízes de Porto Alegre puderam decidir em quem a população tem direito de votar em 2018. Mesmo que seja Lula, condenaram-no sem provas e logo caçaram seu passaporte (ainda que depois tenham devolvido), que é uma figura com costas quentes se comparada a trabalhadores comuns, sindicalistas, ou mesmo a população negra, presa preventivamente todos os dias por esse mesmo Judiciário.

Respondendo a provocação, não é possível que essa casta privilegiada realmente combata a corrupção. Somente juris populares impulsionados pela luta dos trabalhadores nas greves e manifestações, que podem surgir da luta contra a Reforma da Previdência e pelo direito da população escolher em quem votar, podem julgar e expropriar os bens dos corruptos. Além disso é possível combinar essa luta com um chamado à Assembleia Constituinte Livre e Soberana que acabe com os privilégios da casta Judiciária, tornando-os elegíveis e revogáveis por voto popular, e que recebam o salário de uma professora.

Confira a nota:

Saiba mais: “Juízes deveriam ser eleitos, revogáveis e ganharem como uma professora”, diz Diana Assunção




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