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CRISE NO RIO | Jornada na ALERJ mostra que resistência contra pacotão de Pezão-Temer pode vencer

Foi uma jornada importante logo no primeiro dia de funcionamento da ALERJ, que precisa dar um salto para barrar o pacotão de maldades de Pezão, Temer e Picciani. Não aceitemos a chantagem de privatização da CEDAE como única forma de pagar os salários atrasados. Que os capitalistas e os políticos corruptos paguem pela crise. Essa luta precisa vencer, pois se passam os ataques no Rio, será o exemplo do que vão fazer em outros estados.

Carolina CacauProfessora da Rede Estadual no RJ e do Nossa Classe

quinta-feira 2 de fevereiro de 2017 | Edição do dia

Mais de 2 mil servidores de diversas categorias, além de professores, funcionários e estudantes da UERJ, protagonizaram uma jornada de luta na ALERJ nesta quarta-feira. Os trabalhadores da CEDAE, exigindo que a água não se transforme em mercadoria nas mãos de empresários, se destacaram na mobilização. Com centenas de trabalhadores ontem com uma camiseta azul que dizia: "CEDAE privatizada, quem paga é você, água é saúde, é vida, não é mercadoria" chamavam atenção e vieram com força mostrar que não vão aceitar a privatização e que estão lutando em defesa da água para toda a população. São novos ares, novas energias, para a luta contra o pacote de maldades.

A polícia de Pezão transformou o centro da cidade em um grande campo de guerra contra os que se manifestavam contra os ataques que o governo estadual, junto a Temer, articula para descarregar a crise sobre os ombros dos trabalhadores.

Em meio às bombas, Picciani foi reeleito para a presidência da ALERJ para levar a frente os ataques. Enquanto isso, do lado de fora, se mostrava a disposição a resistir aos ataques. O desmonte da UERJ, em relação ao qual Pezão vem cinicamente tentando colocar a culpa sobre a própria universidade; a privatização da CEDAE, exigida por Temer e prontamente aceita por Pezão e Picciani; os salários atrasados dos servidores que estão passando necessidades; entre tantos outros ataques previstos no pacote que será votado na ALERJ, são a motivação que colocou os servidores na rua na manifestação dessa quarta-feira, no primeiro dia de funcionamento da Assembleia Legislativa.

Todos os trabalhadores e jovens do Brasil precisam hoje olhar atentamente para o Rio e tomar essa luta em suas mãos, pois o que acontece aqui é um verdadeiro ensaio para ataques em todo o país, com privatizações, cortes de salário, destruição dos serviços públicos movida à muita repressão aos que se levantem em oposição. Se os ataques no Rio passam, é uma vitória para o golpista Temer e os capitalistas que estão por trás de seus ataques, e uma derrota para todos os trabalhadores e a juventude.

Enquanto no Rio distribui cargos para recompor sua base e aprovar o pacote de maldades, Pezão segue em Brasília negociando para que o STF legitime o pacote, preocupado que possa ser enquadrado dentro das mesmas pedaladas, operações de crédito e não cumprimento da LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) que foram a farsa do golpe institucional. Essas negociações mostram que quando é para descarregar a crise sobre as costas dos trabalhadores, a lei se adequa como necessário e o STF mostra que passa longe de ser “neutro”.

Ainda é preciso fortalecer muito nossa resistência para barrar os ataques em curso: precisamos fortalecer a mobilização em cada local de trabalho e estudo, convocar assembleias e paralisações, construir greves fortes e grandes atos unificados que possam colocar na rua milhares em repúdio aos planos de Pezão, Temer e Picciani. Ainda não foi convocada nenhuma mobilização unificada e combativa de peso pelas direções, que reúna dezenas de milhares, com paralisações, cortes de rua. É urgente dar um salto na nossa luta para impedir a aprovação destes ataques, que estão programados para a semana que vem. Não vamos vencer com mobilizações parciais, divididas e que desgastam a mobilização. É urgente que os sindicatos, entidades estudantis, parlamentares do PSOL e todas as organizações construam uma verdadeira Frente Única que possa barrar esses ataques, convocando essa grande jornada, que ao que tudo indica teria que ser para o dia 7, quando o pacote aparentemente será colocado formalmente em discussão, com o objetivo de ser votado dia 9.

Não podemos aceitar a chantagem absurda de que a única forma de pagar os salários atrasados é privatizar a CEDAE. São os capitalistas e seus políticos serviçais corruptos que tem que pagar por essa crise. Começando pela taxação das grandes fortunas, fim das isenções fiscais e corte dos privilégios da casta de políticos parasitas. Unifiquemos a luta para barrar a privatização da CEDAE, garantir o pagamento dos salários atrasados e colocar a UERJ para funcionar, arrancando dos capitalistas e políticos e não com privatizações e ataques. No marco dessa luta contra o pacote, temos que avançar para questionar o poder de Pezão e toda essa casta de políticos parasitas que colocou o Rio nessa crise e agora quer descarregar nas nossas costas. Assim como avançar para uma mobilização que seja capaz de apontar uma saída de fundo, impondo o não pagamento da dívida pública, uma verdadeira bolsa-banqueiro que condena o país à miséria.




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