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ELEIÇÃO SENADO | Jean-Paul Prates (PT) defende apoio a candidato de bolsonaro à presidência do Senado

Senador do RN e ex-candidato à prefeitura de Natal pelo PT, partido da governadora do estado Fátima Bezerra, defendeu a decisão do partido em apoiar Rodrigo Pacheco (DEM-MG), o candidato apoiado por Bolsonaro à presidência do senado, e também pelo atual presidente do senado Davi Alcolumbre (DEM-AP).

segunda-feira 25 de janeiro de 2021 | Edição do dia

Jean e a bancada do PT no Senado se juntam a outros partidos como PP, Republicanos, PSD, Pros, PL, PSC, além do DEM, para apoiar a candidatura de Pacheco, enquanto a candidata do partido com a maior bancada, Simone Tebet do MDB, recebeu apoio do Podemos, Cidadania e do próprio MDB.

Leia mais em: PT irá apoiar candidato de Bolsonaro para a presidência do Senado

Segundo Jean, que publicou nas redes sociais “os compromissos assumidos pelo candidato quanto a postura independente e a defesa de princípios fundamentais para o PT guiaram esta decisão”. Os compromissos assumidos são 8 pontos de programa entregue a Pacheco, que está disponível no portal do PT, inclui a defesa da democracia, reivindica a continuação do Auxílio Emergencial, o combate à fome, a defesa do SUS e da vacina e o combate ao racismo, machismo e LGBTfobia. Compromissos completamente distantes de qualquer posição levada adiante pelo DEM, herdeiro da Ditadura Militar e que revelam o não compromisso de Jean Paul-Prates, cuja campanha foi levada à frente com entusiasmo pela Deputada Federal Natália Bonavides e as vereadoras Divaneide Basílio e Brisa Bracchi.

Além disso, sobre o apoio a Pacheco, Jean também afirmou que a decisão do partido “não levou em conta de terceiro interessado quanto a este (ou ele mesmo) ‘o candidato de Bolsonaro’. Para nós, importa a garantia efetiva da independência da instituição e do direito de exercermos a defesa das nossas pautas”.

No entanto, é equivocado confiar essas pautas num candidato apoiado por políticos reacionários do Republicanos, como Crivella e Flávio Bolsonaro, ou Wilson Lima, governador do Amazonas pelo PSC, e até mesmo por Bolsonaro. Ilustra a estratégia do PT de conferir ao regime do golpe institucional, tanto na forma das suas instituições quanto de seus agentes reacionários o meio pelo qual é possível hoje derrotar Bolsonaro. Uma saída irreal para os trabalhadores e setores oprimidos que sentem na pele os efeitos do aprofundamento da crise, da pandemia, enquanto os capitalistas tem seus lucros salvos por Bolsonaro, mas também cada ator desse regime golpista

Bolsonaro é hoje a face mais reacionária desse mesmo regime do golpe institucional, e o STF, Rodrigo Maia, João Dória e outros agentes que hoje se colocam na “oposição” ao seu governo, estão junto com ele na defesa de aprovar a Reforma Administrativa, as privatizações e novos ataques no próximo período. São agentes que protagonizaram a reforma trabalhista, da previdência, a PEC 55, que atacaram o sistema de saúde e direitos trabalhistas, sendo responsáveis pela situação que estamos vivendo da pandemia, do desemprego e aumento da pobreza. É com essa suposta “oposição” a Bolsonaro, e em defesa da manutenção das instituições que o PT se coloca como um dos pilares desse regime do golpe e seus ataques, levando a frente a mesma agenda neoliberal de ataques nos estados onde governa, por exemplo, aprovando a reforma da previdência estadual no Ceará, Piauí, Bahia e Rio Grande do Norte.

A governadora do RN, Fátima Bezerra, que também apoiou a candidatura de Jean, hoje se coloca ao lado do governador direitista João Doria, fazendo demagogia com o começo da vacinação, frente ao negacionismo sufocante de Bolsonaro, mas que é complementarmente insuficiente até mesmo para a vacinação dos trabalhadores da saúde do estado. Assim como João Dória, a governadora encaminha o retorno das aulas no estado com a pandemia piorando e mal tendo começado a vacinação. É revelador do papel que os governos do PT cumprem na pandemia de garantir um pacto nacional que não oferece resistência séria ao negacionismo de Bolsonaro, por que busca responder às elites empresariais, do comércio, inclusive os grandes monopólios farmacêuticos, que lucram com os resgates dos governos enquanto aprofundam as demissões e não permitem a garantia universal de testes, EPIs e agora a vacinas para toda a população.

No caso da Câmara dos Deputados, o PT anunciou no dia 04 que apoiará Baleia Rossi (DEM) já no primeiro turno das eleições para a presidência da Câmara dos Deputados, sucessor de Rodrigo Maia, junto ao Solidariedade, PSL, MDB, PSB, PSDB, DEM, PDT, Cidadania, PV, PCdoB e Rede.

A Deputada Federal Natália Bonavides do PT, que declarou que era necessário ter um candidato ao primeiro turno para a presidência da Câmara dos Deputados, já declarava que no segundo turno apoiaria o candidato do DEM, sua atuação nada mais é que buscar cobrir pela esquerda o PT, que governou o país por 14 anos à serviço do capital financeiro e abrindo cada vez mais espaço para a direita, para Judiciário e para as Forças Armadas, que orquestraram o Golpe Institucional de 2016. Ou seja, objetivamente serve para manter a confiança de setores em um caminho que só pode levar a maior fortalecimento desses setores que apesar de apresentarem aparente oposição a Bolsonaro, estão unificados para implementar cada um dos ataques e são corresponsáveis pelas mais de 215 mil mortes pela pandemia no Brasil. É parte da garantia de estabilidade ao regime conferida pelo PT.

Contra Bolsonaro, Mourão, não é unindo os golpistas que vamos derrotá-los, mas sim uma frente única entre trabalhadores de todas as categorias, com a força das mulheres, negros e LGBTs na linha de frente para dar uma saída política independente, que mude não só os jogadores, mas todas as regras desse jogo podre, impondo uma nova Constituinte. Neste sentido é também o PT responsável pela passividade da maior Central Sindical do país, a CUT, que dirige milhões de trabalhadores e negocia ataques, enquanto os trabalhadores se expõe ao desemprego, à fome e ao próprio coronavírus. Uma saída real passa pela organização da defesa dos trabalhadores contra a reforma administrativa, as privatizações, o aumento no preço dos alimentos e por emprego e renda a todos, fazendo os capitalistas pagarem pela crise.




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