A crise da pandemia tem se intensificado no país nos últimos meses e teve em janeiro os piores números desde o seu início. Já são oito capitais em todo o país com taxa de ocupação dos leitos de UTI/Covid-19 acima de 80%.
quinta-feira 4 de fevereiro de 2021 | Edição do dia
Foto: Marcelli Casal jr/Agência Brasil
A pior situação se encontra na região norte. Depois do ápice da crise da falta de oxigênio em Manaus, agora a falta de leitos de UTIs é o principal problema. Na capital do Amazonas, dos 379 leitos, 96% já estão ocupados. São 120 pessoas aguardando a espera de uma vaga. Em Porto Velho (RO) a situação é ainda pior. Todos os 151 leitos de UTI/Covid-19 estão ocupados e pacientes chegam a esperar até uma semana por uma vaga.
Completam a lista de capitais em estados mais críticos no país Rio de Janeiro, Fortaleza, Recife, São Luís, Florianópolis e Curitiba. Outras 10 capitais têm taxa de ocupação acima dos 70%. O levantamento foi realizado pela Folha e utilizou dados dos governos estaduais até a última segunda-feira, 1.
Apesar de o país todo estar num momento crítico da pandemia, muito por causa do descaso dos governos estaduais e federal, a diferença entre estados de regiões mais pobres como Norte e Nordeste quando comparadas com São Paulo ou outros estados das regiões Sul e Sudeste é gritante. Enquanto SP tem ao todo 8.844 leitos de UTI, os sete estados do norte do país têm juntos pouco mais de 1300 leitos.
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Além disso, dados recentes divulgados pelo Ministério da Saúde mostram que a proporção de idosos entre os mortos por Covid-19 cresceu 5 pontos percentuais desde maio de 2020 e alcançou 74,2%. São os idosos e pessoas com comorbidades os que mais precisam de cuidados médicos quando contaminados e a falta de leitos de UTI afeta diretamente o aumento do número de vidas perdidas.
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