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CRISE DO ESTADO - RJ | Juventude às Ruas e estudantes discutem como avançar a luta no RJ

Artur LinsEstudante de História/UFRJ

quinta-feira 17 de março de 2016 | 21:46

Nessa quarta-feira (16), o coletivo Juventude ÀS Ruas organizou e impulsionou uma roda de conversa chamada “Toda Revolução começa com uma Faísca”, com 60 estudantes da escola Visconde de Cairu, no Méier, em que os principais assuntos da atividade foram ocupação das escolas, organização estudantil e mobilização. Nessa roda de conversa estavam presentes Carolina Cacau, membro do centro acadêmico de Serviço Social da UERJ e professora da rede estadual de ensino, além da presença de Thamara Oliveira, da Juventude às Ruas e secundarista que participou em ocupações das escolas Castro Alves e Cedom em São Paulo na luta contra a reorganização escolar imposta pelo governador Alckmin.

A partir dos relatos da experiência de Thamara , os estudantes do Visconde de Cairu presentes na atividade começaram a refletir sobre uma possível ocupação. Durante os debates e reflexões percebia-se a inclinação dos estudantes em radicalizar a mobilização estudantil. Evidentemente que muitos tinham dúvidas se a ocupação seria uma alternativa viável, mas a partir desses questionamentos aumentava-se a curiosidade por saber como era a organização dos estudantes de SP dentro da escola ocupada e das dificuldades que eles enfrentaram.

Outro assunto bastante discutido foi sobre a organização independente dos estudantes e a necessidade de assembleias para se discutir tudo e que as decisões não fiquem restritas a um grupo seleto e burocrático. Thamara falou sobre o comando unificado que os estudantes das escolas ocupadas fizeram - composto por representantes eleitos democraticamente por cada escola ocupada - com pautas e reinvindicações próprias.

Esse foi um assunto necessário para se discutir, pois entidades burocráticas e ligadas ao governo PT tentam centralizar a mobilização independente dos estudantes e dirigi-las por cima, como vem fazendo a UBES e a UNE. Nesse momento, em que as entidades estudantis, bem como os sindicatos da CUT, estão empenhadas em se se utilizar da ofensiva reacionária de Sergio Moro e da Lava Jato, para não organizar a luta dos estudantes contra os ataques à Educação e contra o assassinato e prisões sistemáticas aos jovens negros e da periferia, foi muito importante constatar a disposição de dar uma outra saída à crise que vive o país, vinda da juventude.

E para que essa potencialidade se realize é preciso que o movimento dos estudantes das escolas do Rio de Janeiro dê um salto. Como já dizia o próprio nome da atividade, esse avanço radicalizado da luta pela educação pública poderia começar com uma faísca, como foi em São Paulo, quando apenas os estudantes da escola Fernão Dias estavam ocupando e seu exemplo de resistência e luta contra a pressão policial e do governador Alckmin inspiraram outros a fazer o que aqueles bravos estudantes estavam fazendo.

A luta dos professores e do funcionalismo público, por causa de sua direção, está fazendo com que essa greve possa cair no rotineirismo, com isso podendo o movimento perder força apesar da disposição de luta dos professores grevistas e dos estudantes. Porém os estudantes, de forma independente e com suas próprias pautas, podem ser a faísca para acender um movimento radicalizado de ocupação unificado que de fato pressione o governo a investir na educação e retroceder nos cortes.

Segundo a estudante Walkyria Aurélio: “Foi incrível a atividade que aconteceu no meu colégio, pois deu oportunidade para os estudantes levantarem suas vozes e exporem suas ideias e posições perante a greve, darem alternativas e soluções. Nós não tínhamos isso antes. E foi muito interessante, espero mesmo que aconteçam outras”

Seguindo o mesmo tom, entusiasmante a estudante Julia Gomes Pereira disse ao Esquerda Diário: “Achei a roda de conversa com o pessoal do Juventude às Ruas legal e bastante produtiva. Tive a oportunidade de expressar minha opinião, conhecer novas pessoas, aprender coisas novas, etc. Essa roda me fez perceber que com o apoio, o amor e a união de todas as pessoas que estão em prol de melhorar o país para a juventude e trabalhadores, tudo pode acontecer perfeitamente e que podemos vencer essa luta juntos”

Nós, da Juventude ÀS Ruas, estamos refletindo sobre esse sentimento de radicalização da juventude brasileira que surgiu depois de junho de 2013 e que se expressou nas ocupações das escolas de SP. Agora com a mobilização dos estudantes do Rio nós vemos que é possível avançar com radicalização e com a consciência tão clara à juventude de que é possível revolucionar o sistema capitalista e lutar com paixão contra o governo que está contra nós.

É nesse sentido que estamos chamando a todos os jovens que sonham em viver em um sistema igualitário e sem opressões para conhecer uma juventude organizada e com a paixão de destruir o capitalismo e lutar pela revolução. Convidamos a todos a participar do lançamento da nova juventude anticapitalista e revolucionária no dia 2 de abril, em São Paulo, e que nos acompanhe pela página da Juventude ÀS Ruas no Facebook.




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