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Guerra na Ucrânia | Iraque vive as primeiras manifestações contra o aumento dos preços pela guerra

O aumento dos preços de alimentos básicos, como pão, e do combustível, devido à guerra na Ucrânia, pode provocar uma onda de manifestações em muitos países, particularmente no Oriente Médio e na África. O Iraque é o primeiro país a registrar atos contra o aumento dos preços dos alimentos nesta quarta-feira.

quarta-feira 9 de março de 2022 | Edição do dia

Imagem: Reprodução

Protestos eclodiram na quarta-feira na cidade de Nasiriya, no empobrecido sul do Iraque, por causa do aumento dos preços dos alimentos. O governo, que até agora não tomou nenhuma medida para impedir a inflação, culpa a guerra na Ucrânia pelo aumento de preços.

Os manifestantes se reuniram na Praça Al Habubi no centro da cidade e cortaram as entradas da cidade para exigir que o governo detenha os aumentos de preços e controle o abastecimento de alimentos.

Durante cerca de uma semana, o preço dos óleos de cozinha e da farinha tem disparado nos mercados locais.

"O aumento dos preços estão nos estrangulando, quer seja do pão ou de outros alimentos", disse o professor aposentado Hassan Kazem. "Mal conseguimos pagar as contas".

Estes são os primeiros protestos devido ao aumento significativo dos preços de alimentos e materiais de construção como resultado da invasão russa da Ucrânia, o que levou o governo a prometer que vai tomar medidas.

Na quarta-feira, o gabinete do primeiro-ministro iraquiano, Mustafa al-Kazemi, anunciou a decisão de fixar o preço do trigo e cancelar as taxas alfandegários sobre os produtos básicos.

Na quinta-feira, Kazemi disse que abordaria a situação da segurança alimentar no país em uma reunião do Conselho de Segurança Nacional e instruiu as forças de segurança a perseguir aqueles que tentam lucrar ilicitamente com a cesta básica de alimentos.

O fato de ser essa cidade onde os protestos começaram não é menor. Nasiriya foi um dos epicentros das enormes manifestações que irromperam no Iraque em outubro de 2019 por causa da deterioração da qualidade de vida e dos deficientes serviços públicos no país. Essas mobilizações, que foram encabeçadas por jovens, que são os mais atingidos pela crise, foram tão poderosas que acabaram derrubando o então primeiro-ministro Abdel Abdelmahdi.

A guerra na Ucrânia ameaça o abastecimento alimentar de regiões inteiras. Rússia e Ucrânia representam 25% das exportações mundiais de trigo e outros grãos dos quais milhões de pessoas dependem para uma grande parte de sua dieta.

Um dos focos mais preocupantes é o Oriente Médio e o Norte da África, lar do maior importador mundial de trigo, o populoso Egito. Mas também estão na lista países como Tunísia, Líbano, Iêmen e, como se pode ver, o Iraque.

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