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BRASIL - CORRUPÇÃO | Investigada na Lava-Jato, OAS entra com pedido de recuperação judicial

A construtora OAS, uma das empresas citadas no escândalo de corrupção da Petrobrás, apresentou nesta terça-feira pedido de recuperação judicial por causa da "intensa restrição de crédito" desde o início das investigações e anunciou também que venderá vários ativos.

quarta-feira 1º de abril de 2015 | 00:43

A medida afeta nove empresas do Grupo OAS e permitirá uma renegociação das dívidas com credores e fornecedores com mediação da Justiça, com o objetivo de evitar a falência definitiva, "continuar operando e preservando milhares de empregos", de acordo com comunicado pela empreiteira hoje.

A OAS é a terceira construtora que pede recuperação judicial após a deflagração da Operação Lava-Jato. A Galvão Engenharia fez o mesmo na semana passada. Já a Alumini entrou com o pedido em janeiro.

Dentro do processo de restruturação, a OAS diminuirá seus investimentos e colocará à venda vários ativos em empresas que não são dedicadas à construção pesada, principal negócio do grupo.

Entre os ativos que serão vendidos estão 24,44% do capital da empresa de infraestruturas Invepar, que administra o aeroporto internacional de Guarulhos, em São Paulo, e o metrô do Rio de Janeiro. A OAS também colocará à venda 17,5% do estaleiro Enseada, 50% da Arena Fonte Nova, de Salvador, e 100% da Arena das Dunas, em Natal, duas das sedes da Copa do Mundo de 2014.

Em novembro de 2014, a Polícia Federal prendeu 17 executivos das principais construtoras do Brasil envolvidos no escândalo de superfaturamento de contratos e cartel na Petrobrás, entre eles o presidente da OAS, José Aldemário Pinheiro. Desde então, se abriu intenso debate entre o governo federal e empresários sobre a necessidade de “resgatar” as 23 empreiteiras envolvidas para supostamente preservar os milhões de postos de trabalho gerados por elas.

No entanto, muitos trabalhadores da OAS e das demais empreiteiras sabem que os proprietários e grandes acionistas só estão preocupados realmente em recuperar suas altas taxas de lucro. Já começaram as demissões, como no complexo do COMPERJ no Rio de Janeiro, e para os que continuarem trabalhando sobrará mais precarização das condições de trabalho.

Dilma mais uma vez já começa a ceder aos interesses das grandes empreiteiras e destacou Luís Inácio Adams, advogado-geral da União e José Eduardo Cardozo, Ministro da Justiça, para costurarem acordos de leniência – que livra a pessoa jurídica de punições e permite destravar as linhas de crédito. O BNDES já estaria a postos para emprestar mais dinheiro público e estes empresários corruptos.


Fonte: EFE/Esquerda Diário
Foto: Wikimedia.org




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