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ENTREGUISMO | ‘“Infra Week”: Governo Bolsonaro organiza leilão para privatizar 22 aeroportos, 5 portos e 1 ferrovia

Enquanto a população morre aos milhares, o capitão da reserva e ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, aproveita para marcar uma verdadeira feira de entrega da infraestrutura brasileira para os capitalistas. O governo pretende leiloar 22 aeroportos atualmente operados pela estatal Infraero, 5 terminais portuários (quatro em Itaqui e um em Pelotas) e o primeiro trecho da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), entre Ilhéus e Caetité, na Bahia.

terça-feira 6 de abril de 2021 | Edição do dia

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A expectativa do governo é de arrecadar R$ 10 bilhões com todas essas vendas. E tudo é encarado como um “teste” para ver a capacidade de atração de investimentos do mercado financeiro no longo prazo, diante da recente crise do governo com a condução criminosa da pandemia no país.

O nome da feira de entregas que pretende transformar a infraestrutura estratégica nacional em fonte de lucro, à preço de banana, é “Infra Week”, pensando já nos investidores norte-americanos que podem se apossar das riquezas nacionais, colocadas à venda pelos irmãos de patente Bolsonaro e Tarcísio Freitas.

O agronegócio e a mineração é um dos setores da burguesia nacional que o governo busca servir. A ferrovia que será entregue pode se consolidar como um corredor logístico para a exportação e escoamento de minério de ferro e grãos. Junto com os 22 aeroportos e 5 portos, a oferta dos lotes será feita na Bolsa de Valores (B3), em São Paulo.

Para mostrar a completa submissão às vontades do mercado, o governo Bolsonaro decidiu ajoelhar-se a vontade dos possíveis compradores de contratar uma outra empresa para ser a operadora do terminal leiloado, ou seja, além de privatizar, também avança com a terceirização que ataca direitos e salários dos trabalhadores.

Para a “Infra Week’ os projetos de privatização mais do que dobraram. Em 2020, o ministério entreguista da Infraestrutura, alinhado às políticas neoliberais de Paulo Guedes, havia oferecido de bom grado 9 bens públicos para o mercado. Hoje, com o impacto da pandemia sobre seus negócios, a demanda na área de portos subiu, enquanto que nos aeroportos caiu drasticamente.

Leia também: Entre a pandemia e o desemprego, a fome já é uma realidade para 19 milhões de brasileiros

O governo se mostra empolgado com a situação de incertezas da pandemia, fazendo do desemprego, da fome e da inflação uma oportunidade de lucros para os capitalistas. O “apetite” pelas concessões de longo prazo se explica pelo alto potencial de lucros com compras de ativos altamente desvalorizados, com investidores buscando lucratividade em ambientes com taxas de juros baixas e com preços ainda mais rentáveis. A desvalorização do real frente ao dólar é um desses “triunfos” do governo entreguista de Bolsonaro, que mostra que a crise sanitária e econômica que atinge a população pobre e trabalhadora é uma oportunidade de negócios entre eles e o mercado.




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