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Custo de vida | Inflação de janeiro é de 0,54% e segue atacando o salário dos trabalhadores

Com a maior alta para o mês de janeiro desde 2016, IPCA acumulado em 12 meses chega a 10,38%. Em janeiro, a alta foi puxada pelos alimentos. O governo Bolsonaro não propõe nada para mitigar o efeito da inflação sobre os salários, e o Banco Central apenas sobe a taxa Selic, para delírio da Faria Lima.

quarta-feira 9 de fevereiro de 2022 | Edição do dia

(Foto: Reprodução)

A alta foi puxada especialmente por aumentos nos alimentos (1,11%) e nos artigos de residência (1,82%). O grupo dos transportes, que inclui combustíveis, teve uma queda de 0,11% em janeiro.

Móveis e eletrodomésticos apresentaram importantes altas de preços. Entre os alimentos, os maiores aumentos foram na cenoura (27,64%), na cebola (12,43%), na batata (9,65%), no tomate (6,21%) e no café (4,75%). As frutas em geral tiveram aumento de 3,4% em seus preços, e as carnes de 1,32%.

Os combustíveis tiveram um recuo e ajudaram a manter um índice mais baixo, apesar do avanço de seus preços. A conta de luz também apresentou queda no geral, apesar de ter sofrido reajuste em algumas regiões pesquisadas.

O INPC, que mede a inflação para trabalhadores que recebem até 5 salários mínimos, apresentou alta de 0,67% em janeiro, com uma taxa acumulada de 10,6% em 12 meses, o que ajuda a mostrar como a inflação não só afeta mais, como é mais alta, para famílias trabalhadoras, e para aqueles que possuem renda mais baixa.

2022 deverá ser o segundo ano seguido onde a inflação estoura o teto da meta estabelecido pelo Banco Central, que é de 5% ao ano. Isto decorre, fundamentalmente, da política do governo Bolsonaro que permite um câmbio desvalorizado, que aplica uma política de preços na Petrobras que leva aos combustíveis a acumularem altas de mais 40% no ano para garantir os lucros dos acionistas, em especial estrangeiros, e que aplica tarifas especiais na conta de luz, mesmo em meio ao desemprego e a fome.

Mas esta inflação é também fruto da política dos governos estaduais e municipais, que permitem reajustes em contas, como luz e água, e nas passagens de ônibus e metrô, para beneficiar empresas bilionárias que controlam a exploração desses serviços, e os provê com péssima qualidade. Também os grandes barões do agronegócio, que, com o dólar valorizado exportam suas produções, para ampliar seus lucros, as custas dos trabalhadores brasileiros que são obrigados a pagar preços altíssimos por alimentos básicos.

Nesta situação, se faz fundamental a luta pelo reajuste mensal dos salários de acordo com a inflação, para manter o poder de compra dos trabalhadores e combater a fome que gerou situações distópicas no Brasil, como as filas do osso e do lixo.




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