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ENTREVISTA | Inaugurada sede da Associação dos Servidores da Defensoria Pública de São Paulo

Entrevistamos Erica Meireles, Coordenadora da Associação dos Servidores da Defensoria Pública do Estado de São Paulo (ASDPESP) sobre a inauguração da sede da Associação.

segunda-feira 2 de maio de 2016 | 16:28

Entrevistamos Erica Meireles, Coordenadora da Associação dos Servidores da Defensoria Pública do Estado de São Paulo (ASDPESP) sobre a inauguração da sede da Associação.

Qual o objetivo da associação dos servidores da Defensoria Pública do estado de São Paulo?

A perspectiva é de defesa e organização dos trabalhadores e trabalhadoras do quadro de servidores e servidoras da Defensoria. Temos uma atuação sindical e isso passa tanto pelas questões ligadas às condições de trabalho, questão remuneratória, assédio moral, saúde do trabalhador. O papel destes servidores na instituição é lutar por mais democracia, mais participação nos espaços de decisão da instituição. Também que eles se vejam na sociedade, que a associação possa ser um espaço de promoção de debates. De debates que permeiem tanto as questões de conjuntura ampla quanto o papel da Defensoria, ou seja, como ela se coloca pelo atendimento à população mais pobre. Lutamos pra que esse intuito da Defensoria não seja simplesmente um discurso vazio e pra fora. Este discurso deve ser concreto e aplicado dentro de casa. Por exemplo quando falamos que queremos ter participação no conselho da Defensoria, ao menos com voz, estamos falando do conselho superior da Defensoria, trata-se do máximo espaço de deliberação. Hoje tem uma cadeira pra sociedade civil, também para os defensores, mas os servidores não tem voz nem voto. Essa é uma das nossas bandeiras de luta.

Como foi a inauguração da associação e quais debates foram feitos?

Tivemos uma mesa com Diana Assunção, diretora do Sintusp e com o deputado estadual Carlos Gianazzi sobre conjuntura nacional. Cada um foi afunilando até a proximidade mais direta com a classe dos servidores da Defensoria. Gianazzi falou da conjuntura, contou como foi a constituição do PT e o que na opinião dele levou a situação do impeachment hoje, e a partir disso comentou o ajuste fiscal e as questões no estado de São Paulo sobre o orçamento. Comentou sobre nossa participação na Assembléia Legislativa, elogiando nossa atuação. Diana fez uma fala excelente, conseguindo trazer outra perspectiva de esquerda sobre a questão do golpe, colocou uma discussão muito importante sobre as trabalhadoras terceirizadas, o que levou a um debate sobre os estagiários na Defensoria. Também foi importante a contribuição sobre as formas de organização do Sintusp. Após o intervalo tivemos apresentação de uma pesquisa sobre assédio moral na instituição. Após essa atividade tiramos encaminhamentos, vamos fazer uma campanha visual sobre o assédio moral, discutimos sobre violações de direitos que ocorrem atualmente e vamos construir um Encontro Estadual pra fazer vários debates, como a questão do desvio de funções, entre outros. Discutimos também sobre o problema da jornada de trabalho que para os servidores formados em Serviço Social deveria ser 30 horas mas a instituição não respeita. Finalizamos com a questão remuneratória. Ao final houve um momento de confraternização pela inauguração da sede.

Quais perspectivas vocês tem pra Associação e os próximos passo?

Consideramos que a Associação vem crescendo. Num primeiro momento eram os temas mais elementares, como salário, transporte. Num segundo momento começamos a debater as condições de trabalho, o assédio moral, relações de poder, violência psicológica. Um terceiro momento foi se ver dentro desta instituição e querer lutar por democracia e espaços. A quarta fase que estamos iniciando agora é que os servidores se enxerguem dentro da conjuntura nacional e possam fazer os debates, possam ter ponto de contato com realidades de outras instituições, e se ver sujeito de toda essa situação. É um passo de maior fortalecimento pra ações mais amplas. Queremos caminhar também pra que possamos vir a ser um sindicato. Por fim, quero reforçar que a associação vem pra se colocar como um instrumento que lute pelo fortalecimento do papel da Defensoria pelo atendimento à população que mais necessita, que está a margem dos direitos. Essa é uma luta que faremos de modo intransigente.




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