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FIT EM ATLANTA | Importante coluna operária do PTS no ato da Frente de Esquerda

Importantes protagonistas foram as referencias do sindicalismo classista e combativo. Uma destacada coluna operária do PTS, confirmava a continuidade no desenvolvimento da corrente militante e operária mais forte da esquerda argentina.

terça-feira 22 de novembro de 2016 | Edição do dia

Não poderia ser de outra forma, o ato da Frente de Esquerda teve como um de seus componentes os dirigentes, delegados e ativistas que são parte do sindicalismo de esquerda e combativo de todo o país. Como todos sabem, entre os oradores estiveram Rubén "Pollo" Sobrero (Unión Ferroviaria, Izquierda Socialista), Alejandro Crespo (Sutna, PO) y Claudio Dellecarbonara (Subte, PTS). Mas eles foram acompanhados por outras referências de cada corrente. Alguns os acompanharam no palco, outros ingressaram com as colunas de suas agrupações.

As colunas do PTS entraram ao estadio, justamente, encabeçadas pelas agrupações classistas que impulsiona dezenas de categorias. Em um ano de ataques e ajustes, com a brutal trégua da CGT, se confirmou o desenvolvimento do sindicalismo de esquerda no movimento operário.

A frente iam os operários e operárias sem patrão. De um lado, uma volumosa coluna de trabalhadores ceramistas de Neuquén, de Zanon e Cerámica Neuquén, com a bandeira da agrupação Marrón-Bordó. Entre eles Raul Godoy, Andrés Blanco e Natalio Navarrete, históricos dirigentes da SOECN. Junto a eles, dezenas de operários e operárias de MadyGraf (ex Donnelley), que lutavam pela expropriação da fábrica, com Eduardo Ayala, Jorge Medina, René Córdoba e outras referências, também sua combativa Comissão de Mulheres. Na coluna das gestões operárias, também havia importantes delegações de trabalhadores de WorldColor, La Casona, La Litoralña e La Lechería, entre outras.

Em seguida ficou, como se pedissem mais espaço por sua quantidade e entusiasmo, a coluna da Alimentação. Os homens e mulheres que se enraízam nas grandes multinacionais do país de Trump. Em alguns casos como delegados de comissões internas (PepsiCo e Mondelez Victoria), em outros como referentes de uma forte agrupação opositora na principal fábrica do país (Mondelez Pacheco). Os terceirizados de Kraft se faziam notar com suas bandeiras e seu cantos. Encabeçando a coluna dessas e outras fábricas iam algumas das referencias da Bordó: Javier Hermisilla, Lorena Gentile, Juan Centurión, Camilo Mones, Catalina Balaguer, Teresa Gorosito, Juan Carlos Cabana, Carina Brzosowsky, entre tantos outros.

Encabeçados por Victor Ottoboni e Enzo Pozzi, integrantes da comissão diretiva de Sutna Nacional, marchou a importante delegação dos operários de Neumático. Como é a tradição, por de trás da bandeira da Granate iam unidos efetivos e terceirizados.

Se falamos de agrupações antiburocráticas na industria, como não se referir aos "saboneteiros" da Bordo que marchavam. Das grandes fábricas da categoria eram encabeçados por suas referências mais conhecidas, Franco Villalba e Luis Giordano (Alicorp), Matías Ibarra (Guma Córdoba) e Darío Ocampo (Procter&Gamble).

Entre as colunas dos trabalhadores da industrial, ficaram os militantes da Bordó gráfica de MadyGraf, WordColor, PrintPack, Ramón Chozas, AGM e outras. Também a agrupação de "Metalúrgicos desde las Bases", com referências de importantes empresas como Guillermo Betancourt (Siderca), Luciano Molina (Acindar), Julio Mamani (Aceros Zapla) e dezenas de empresas e oficinas desta categoria. A agrupação Marrón de Coca Cola e referentes combativos de oposição da burocracia de Smata (Lear, Volkswagen, etc) estavam ali. Iam juntamente com delegações de chegavam de distintos pontos do país, desde as operárias têxteis de Neuquén até os operários dos engenhos "tucumanos e jujeños", que marcharam juntos em muitas causas regionais comuns.

Mais atrás estavam as agrupações classistas que militam nos grandes serviços. De transporte se destacava o Metrô com a agrupação Bordó da qual faz parte o dirigente classista da AGTSyP Claudio Dellecarbonara. Companheiros e companheiras da linha 6, mas também referencias da última grande luta dos terceirizados. Junto a Pablo Peralta e Agutina Chaves e outras referências, participaram companheiros da lista Violeta.

Falando de transporte, um dos setores que militou com maior entusiasmo pelo ato foram os motoristas de ônibus. E sua participação foi notável. Encabeçados por uma bandeira que dizia "Motoristas pelas 6 horas de trabalho - David Ramallo presente" iam trabalhadores das linhas 60, 22, 266 a "Perlita", 203, 136, 303, 503, 15 (Agrupação Azul e Verde) e uma grande lista. Junto com eles, muito importante e emocionada, foi a presença de familiares de David, o trabalhador da 60 falecido em um acidente de trabalho.

Uma das que mais se fez notar, se nos permite, foi a delegação aeronáutica. E que delegação. A Bordó conquistou um peso importante no Aeroparque e Ezeiza, entre os trabalhadores efetivos mas também terceirizados. Por isso estavam ali delegados e trabalhadores de Falcon, RedGuard, Serza, LaTam, Aerohandling, GPS, Aerolíneas Argentinas. Desde o tráfego aéreo até a limpeza, passando por maleiros e outros setores. Martín Brat, Eduardo Lusa, Ayelen Córdoba e outras referencias encabeçavam.

Ainda não terminamos com o transporte, porque os ferroviários também deram o que falar. A agrupação Laranja esta integrada por ativistas da FFCC Roca, Mitre, Ferrobaires, Urquiza e terceirizados despedidos da Roca, tanto da UF como de Señaleros. Andrés Padelaro, Marcelo González, Ricky Gómez y Augusto Dorado são os mais conhecidos.

Continuando com os trabalhadores dos serviços que marchavam a frente, é importante destacar a participação da Agrupação Violeta de Telefônicos, com a delegados e trabalhadores de várias empresas (Telecom, Telefônica, Personal, Movistar, terceirizadas), em que marchavam Carlos Artacho, Ana Goussies, Lorena Billone, Guillermo Schmal y outras referencias da oposição.

Merecem destaque também as integrantes do Sindicato de Trabalhadoras Domésticas de Neuquén e referencias dos trabalhadores têxteis imigrantes, como Yury Fernández (Brukman), Eduardo Toro e María Ugarte de Textil Elemento.

Por último os trabalhadores petroleiros, refinarias da Shell Dock Zud, YPF Maipú (Mendoza) e Ensenada, e outras empresas, encabeçados entre outros por Gustavo Michel e Fernando Luna, ativistas reincorporados da Shell. Perto deles marcharam ativistas de Edsur (Zona Oeste) e Metrogas (Barracas).

Por de trás de cada uma dessas bandeiras, marchavam trabalhadores e trabalhadoras que vem protagonizando nos últimos anos algumas das mais importantes lutas do movimento operário, e são reconhecidos como a intransigente oposição aos sindicatos peronistas milionários.

Docentes e estatais

Atrás dos trabalhadores da industria e dos serviços, marcharam trabalhadores e trabalhadoras estatais que em muitos casos foram parte das colunas regionais. Mas a Agrupação Marrón Clasista foi uma das mais fortes concorridas. De dezenas de dependências e localidades, mostraram um extenso trabalho entre os trabalhadores estatais, municipais, e da saúde. Entre outras referencias, se encontravam Natalia Morales (delegada ATE Jujuy), Laura Magnhani (Comisión Directiva de ATE Lomas), Ana Laura Lastra (Junta Interna ATE Indec), Luana Simioni (Junta Interna IOMA), Juan Contrisciani (Astillero Río Santiago), Pablo Anino (Junta Interna ATE Indec), assim como referentes de los hospitais Castro Rendón (Neuquén), Garrahan (CABA), entre muitos outros.

A Corrente Docente 9 de abril também foi muito numerosa, com dezenas de delegados e integrantes das comissões diretivas dos sindicatos de docentes recuperados. Entre elas Nathalia González Seligra (Suteba La Matanza), Gabriela Macauda (Suteba Tigre), Laura Champeau (Suteba Ensenada), María Díaz Reck (Suteba La Plata), Yazmín Muñoz (ATEN Capital), Marilina Arias (Ademys) e uma grande lista de dirigentes docentes classistas.

De Jujuy a Patagonia

A lista, que a esta altura parece interminável, continua com as delegações de trabalhadores que marcharam com as colunas regionais.

Uma das mais importantes, em todos os sentidos, foi a quantidade de operários, mulheres e jovens que marcharam atrás das bandeiras do PTS Mendoza. Entre eles, operários de Cuyoplacas com uma de suas referencias Edgardo Videla; os trabalhadores do alho que encabeçavam a luta do Campo Grande, Nilda e José; jovens trabalhadores de Supermercados Átomo e os call centers; operários da Tarcol, a fábrica tomada em defesa dos postos de trabalho; operários de adegas e petroleiros de YPF e os Pzos da terra a dentro. Assim como operárias têxteis, operários das Viñas que começaram a organizar-se com o projeto de lei de Nicolás del Caño em defesa de seus direitos. Também dezenas de docentes e trabalhadores estatais.

Desde Neuquén, como dizíamos antes, a coluna contava com a presença dos "operários sem patrão" das cerâmicas, mas também do petróleo, papel, operárias têxteis, empregadas domésticas e trabalhadores estatais, da saúde e docentes que construíram as direções de seccionais docentes como ATEN Capital, Zapala e outras.

Desde Jujuy, com o cansaço de 22 horas de viagem, mas com a emoção de ser parte de uma corrente operária com tanta militância e de um ato histórico, chegaram operários dos engenhos Ledsma e La Ezperanza com uma de suas referencias

Silvio "Chopper" Egüez, os municipais combativos com Alejandro Vilca, metalúrgicos de Zapla com seu delegado Julio Mamani, estatais com Natalia Morales, assim como trabalhadores do comércio e outras categorias.
Na proximidades, Tucumán, chegaram mais trabalhadores de NOA: dos engenhos (Zan Juan), dos galpões de frutas, testeis que enfrentaram as demissões, assim como referencias classistas do Sindicato Molineiro e de outras categorias.

De Córdoba, junto a forte agrupação docente, chegaram trabalhadores metalúrgicos, molineiros, (MInetti), da saúde e mecânica, encabeçados pelas referencias da oposição Smata, Sergio Folchieri, “Aguja” Gómez e outros militantes.

De Rosario o mais destacado foram os jovens trabalhadores que veem se organizando contra a precarização nas metalúrgicas, nos call centers e supermercados, entre eles ativistas de Liliana, Eletrolux e outras empresas.

A grande lista se completa com as delegações que marcharam com as colunas da Cidade de Buenos Aires e as localidades da Província de Buenos Aires, com dezenas de locais localizados nas zonas industriais. Assim, a militância e confirmava a continuidade em desenvolvimento da corrente militante operária mais forte da esquerda argentina, com agrupações e ativistas em mais de 60 categorias, junto a milhares de companheiros e companheiras.

O recorrido por estes nomes e agrupações não só permite ver parte desta extensão. Também ajuda a entender as tradições e bandeiras que levantam as agrupações classistas que impulsiona o PTS-Frente de Esquerda junto a companheiros que não militam em nossas organizações mas com quem compartilhamos a luta contra as patronais e a burocracia com um programa comum. A luta em defesa de nossos direitos, pela unidade das fileiras operárias, pela independência de nossas organizações do Estado e das patronais. Mas também a convicção de que os trabalhadores e trabalhadoras temos que construir um ferramenta política. Como dizia Claudio Dellecarbonara no ato, "centenas de companheiros e companheiras que estão aqui presentes, não são só ativistas sindicais mas se converteram em militantes políticos de sua classe, inclusive como parte dessa militância, centenas foram candidatos da Frente de Esquerda nas eleições passadas. Estamos colocando todo nosso empenho em criar uma nova tradição no movimento operário combativo.

Queremos multiplicar esta experiência, para que cada comissão interna ou sindicato recuperado seja um semeador de militantes de esquerda e que em cada experiência de luta cresça a unidade dos explorados e dos oprimidos, e demonstrar quem são os inimigos do povo trabalhador".




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