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AJUSTES | IPEA diz “Ainda dá tempo de mudar a PEC”, para defender mais ataques

A aprovação da PEC da maldade não encerrou o ímpeto ajustador do governo golpista. Segundo pesquisa do IPEA, mesmo com a PEC 241 ainda seriam necessárias as aprovações de todos os ataques pretendidos pelo governo Temer - Reforma da Previdência, fim do abono salarial, proibição do aumento do salário mínimo – para evitar um déficit de R$ 87 bilhões.

quarta-feira 19 de outubro de 2016 | Edição do dia

Mesmo a aprovação da PEC 241, que congelará os investimentos nos próximos 20 anos, não saciou o fôlego da burguesia e dos golpistas. Segundo pesquisa realizada pelo Ipea, para o cumprimento das metas de corte nos gastos públicos, seria necessário o corte na carne de R$87 bilhões.

Mesmo com a PEC da maldade, como ficou conhecida, ainda seria necessária a aprovação de todos os ataques já pretendidos pelo governo golpista, e ainda assim a conta não fecharia. Projetando –se as despesas do governo até 2021, levando em conta a aprovação de brutais ataques a juventude, aos pensionistas e a classe trabalhadora, tais como:Reforma da Previdência, o fim do abono salarial a partir de 2018, a proibição de aumento do salário mínimo acima da inflação e a elevação para 70 anos da idade mínima para acesso aos benefícios de assistência social; a conta ainda fecharia em um déficit de R$ 14 bilhões.

Diante da insolúvel situação do Orçamento Marcos Pires, economista do Ipea e autor da pesquisa, recomenda a alteração da proposta de emenda: “Ainda dá tempo de mudar a PEC”, diz. Defende que haja possibilidade de aumento real dos gastos pelo menos a partir do segundo ano de vigência do teto. Pelos seus cálculos, o governo já deve começar a ter problemas para administrar as despesas no segundo ano de vigência. O pesquisador avalia que a melhor solução é o teto vinculado à taxa de crescimento do PIB.

Se a PEC 241 vinha no sentido de satisfazer os desejos do mercado, promovendo a agenda de ajuste fiscal, com vistas a estabilizar a economia e reverter as expectativas dos investidores; agora, segundo revela a pesquisa, ela mostra não possuir efeito se não vir acompanhada de outras pesadas reformas e ataques já pretendidos pelo governo, sendo segundo Pires meramente um importante instrumento “pedagógico”.

Entretanto, esse importante instrumento “pedagógico” tem um custo devastador também para o Orçamento, como os gastos obrigatórios do governo já são definidos por lei, resta ao governo passar a tesoura nas despesas vinculadas, para variar saúde e educação. Segundo a conclusão do estudo, o limitador do crescimento das despesas proposto pelo governo pode “implodir” o Orçamento do governo federal.

Enquanto o governo decide o grau da barbárie a ser imposta sob os trabalhadores, fazendo as contas dos bilhões a serem cortados de setores já tão sucateados quanto a saúde e a educação; a casta política, e a burguesia insaciáveis pedem ainda mais ajustes, tudo em prol de sanar as contas públicas, mas sem nunca tocar em seus salários avantajados, e demais privilégios, ou pensar em mudanças como taxação das grandes fortunas e o não pagamento da dívida pública.

De fato, como dito pelo economista, “Ainda dá tempo de mudar a PEC”, se seguido o exemplo dos estudantes secundaristas do Paraná que por todo estado organizam a resistência a essa brutal proposta de emenda. Somente os trabalhadores seguindo esse importante exemplo da juventude, organizando a lutae resistência, chamando a greve geral, é que podemos barrar esse gigantesco retrocesso no país.




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