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FRANÇA | Hollande agita o fantasma do terrorismo contra as greves que ameaçam a Eurocopa

O presidente francês falou sobre uma ameaça terrorista, ainda que tenha apontado as greves contra a Reforma Trabalhista como o maior problema à ser enfrentado para a realização da Eurocopa em seu país.

quarta-feira 8 de junho de 2016 | Edição do dia

O presidente da França, François Hollande, voltou a afirmar que ainda há uma “ameaça de terrorismo” sobre o seu país, a dias de que se comece a Eurocopa de futebol, e disse que este risco será “duradouro”. Em meio à uma onda de protestos contra a reforma trabalhista que ameaça paralisar o país, Hollande aproveitou para voltar a instalar o tema do “terrorismo”. O fez aproveitando uma notícia transmitida pelo serviço de segurança da Ucrânia, que informou que um cidadão francês detido no fim de maio na fronteira com a Polônia planejava realizar ataques na França durante Eurocopa.

No sábado, o serviço de guarda fronteiriça da Ucrânia (SBU, sigla em inglês) informou que um homem não identificado de 25 anos havia sido detido com um arsenal de armas e explosivos em seu veículo, incluindo lança-foguetes e fuzis de assalto Kalashnikov.

Um porta-vos do Ministério de Relações Exteriores da França confirmou à agência EFE que um cidadão do país havia sido detido na Ucrãnia. No entanto, a polícia francesa foi cética sobre o tema, segundo uma fonte policial de Pais que falou sob anonimato, não há vínculos com terroristas por parte do francês detido na Ucrânia.

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Hollande também disse que seria incompreensível se as greves do transporte que afetam a França interrompessem o torneio de futebol que começa na sexta no país, aumentando a pressão sobre o sindicato CGT para que ponha fim à mobilização. “Não entenderia nada se os trens e aviões – estou pensando na disputa dos pilotos de Air France- impedissem que os fãs se deslocassem com facilidade, inclusive se não há nada à temer em relação à competição”, disse Hollande à rádio France Inter.

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Afinado com as declarações do presidente, o ministro de Finanças Michel Sapin disse que, por sua parte, as interrupções e manifestações de rua, que suspenderam os serviços ferroviários, estações de energia, refinarias de petróleo, portos e instalações de tratamento de resíduos, não tiveram um impacto significativo na economia. Mesmo que, segundo informou um porta-voz da Sociedade Nacional de Transporte Ferroviários (SNCF) à Efe, as sucessivas greves nas ferrovias francesas, que desde a semana passada se prorrogam dia a dia e que ultimamente têm tido uma adesão limitada (cerca de 8,5% nesta segunda), custa à companhia SCNF uns 20 milhões de euros diários, o que significa 300 milhões desde o início do conflito.

Sapin afirmou que as greves contra a Reforma Trabalhista mancharam a imagem da França com cenas de barricadas e violência com piquetes justo quando a Europa tem todos os olhos sobre o país que acolherá a Eurocopa este ano.

As greves no transporte ferroviário reduziram os serviços de treme em cerca de 50% desde que a CGT e seus aliados começaram uma paralisação por tempo indefinido na quarta passada.

Os pilotos da Air France planejam convocar uma paralisação à partir de sábado, o segundo dia da Eurocopa, em um conflito separado sobre cortes salariais.




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