A luta por cotas na USP ganhou novo fôlego após a aprovação das cotas na Unicamp. Hoje ocorre mais uma ação, dessa vez na paulista, com encontro no vão do MASP às 18h. Todo apoio à luta por cotas na USP!
segunda-feira 3 de julho de 2017 | Edição do dia
Reproduzimos abaixo o texto do evento de convocação da manifestação:
Na última quarta feira aconteceu a COG (Conselho de Graduação) da USP. O fórum discutiu a forma de ingresso para o próximo ano. Uma das pautas principais era a adoção das cotas étnico raciais no vestibular da FUVEST e do acesso diferenciado. Essa proposta foi defendida pelos representantes discentes, que levaram e propuseram o projeto de cotas elaborado pelo Núcleo de Consciência Negra, DCE Livre da USP, Levante Indígena e Por que a USP não tem cotas? Que é uma atualização do Projeto da Frente Pró-Cotas - a atualização visa contemplar populações indígenas, quilombolas e camponeses que tem garantidas por lei federal uma educação diferenciada que valorizem identidade, cultura e autonomia de cada comunidade.
Durante a COG burocracia universitária sequer queria que o tema entrasse em discussão, mas mesmo assim, diante da pressão colocada pelo movimento, se viram obrigados a pautar e votar a adesão.
A Universidade de São Paulo é a única do país que não aderiu às Cotas Étnico Raciais e assim continua vanguarda no atraso da inclusão de negros e indígenas dentro das suas salas de aula.
Dessa forma, em seu último fórum que discutiu ingresso, a USP aprovou apenas cotas sociais, sem nenhum critério sócio econômico, ignorando assim todo o gargalo racial existente no país.
Isso significa que apenas alunos oriundos de escolas públicas como ETESP’s e etc, terão acesso à esse “acesso democratizado”. Uma verdadeira falácia e reafirmação de pra quem a USP foi pensada.
Há mais de 30 anos o tema de cotas étnico raciais é discutido pelo Núcleo de Consciência Negra na USP e essa discussão e luta, já foi cenário de sério embates com a reitoria que ao invés de reconhecer o quanto reafirma o racismo na sociedade.
Queremos convocar o movimento negro e as comunidades indigenas da cidade de São Paulo a construírem esse ato conosco!
Convocamos também todos os coletivos feministas, LGBT’s, movimento negro, movimento popular da cidade, os movimentos de periferia, artistas da cena do rap, do funk e todos os que apoiam e entendem a necessidade da juventude negra e indígena ter direito ao conhecimento e a ocupar as cadeiras dessa universidade e que até hoje ostenta na sua entrada um pé de cana e um de café entre o busto de seu fundador escravocrata e genocida.
A luta por Cotas na USP não é e nunca foi uma luta só dos estudantes negros e indígena da USP, mas sim uma luta de todo o movimento da cidade de São Paulo e do país!
O projeto de cotas aprovado na última COG é um retrocesso de mais de 30 anos de luta pelo ingresso do nosso povo e torna o acesso da juventude negra e indígena um horizonte ainda mais distante.
É preciso um ato grande e com imensa unidade para derrubar os portões da casa grande!
TODOS AO ATO NO DIA 03 DE JULHO, ÀS 18H, NO MASP!
Assinam esse manifesto: