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PREVIDÊNCIA | Há 4 anos sem ter concurso público, profissionais repudiam militares de Bolsonaro no INSS

segunda-feira 20 de janeiro de 2020 | Edição do dia

Com cerca de 20 mil vagas a serem preenchidas no INSS e 2 milhões de benefícios a serem analisados, as medidas anunciadas por Bolsonaro para responder à situação calamitosa, que coloca em desespero milhões de idosos e suas famílias, podendo ter de esperar até setembro na miséria, são rechaçadas por profissionais da área.

Dentre essas medidas, Bolsonaro anunciou que 7 mil militares da reserva passariam a ocupar cargos - não havendo nenhuma relação entre serviço militar e as funções desempenhadas no INSS. Com isso, o governo beneficia os militares, que terão um acréscimo de 30% em seus salários, enquanto segue precarizando o atendimento à população. Em uma das entrevistas, um sindicalista ironiza: “seria a mesma coisa que pegar o pessoal aposentado do INSS e levar lá para o exército”. Além do mais, para passarem por treinamento, os militares assumiriam apenas em Abril, tendo como prazo para zerar as filas apenas em setembro.

Bolsonaro comprova mais uma vez que toda a demagogia de campanha para acabar com o desemprego no Brasil não passa de palavras ao vento. Se não for com a precarizante “carteira verde e amarela” e aos moldes da Reforma Trabalhista, não serve ao governo gerar milhares de emprego. Isso porque seu único objetivo é descarregar a crise sobre a classe trabalhadora que busca trabalho e que busca seus direitos elementares de aposentadoria, arrancados das novas gerações com a Reforma da Previdência. O último concurso ocorreu há mais de 4 anos, ocupando 900 vagas, enquanto a necessidade chega a 20 mil trabalhadores, com a previsão de ocorrerem novas aposentadorias que fariam esse número crescer.

Anteriormente, o INSS chegou a valer-se de postos terceirizados para cumprir essas mesmas funções, contratando um número menor de trabalhadores, não respondendo à demanda instalada e precarizando o trabalho. O secretário especial de Previdência e Trabalho, por sua vez, chega a afirmar que abrir concurso público seria apresentar uma “solução definitiva” a um problema que “acredita ser circunstancial”. Como escrevemos aqui, declarações como essas são possíveis porque os políticos a serviço de uma política exploradora para salvaguardar os lucros milionários dos capitalistas não têm de enfrentar filas intermináveis à beira da fome, e sim têm seus privilégios assegurados.




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