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PANDEMIA | HC-Unicamp pode ter que escolher paciente que atenderá e tem remédios para apenas 6 dias

O Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp, referência no atendimento da Covid-19, vive um verdadeiro caos na região. Com medicamento para intubação com estoque para apenas mais 6 dias e com a superlotação de leitos, pode ter que escolher quais vidas salvar ou não.

sexta-feira 19 de março de 2021 | Edição do dia

Em evento que contou com representantes da região e com o prefeito de Campinas, Dário Saadi (republicanos) demonstrou mais uma vez a difícil situação para os hospitais da região para o atendimento dos pacientes com covid-19. São 163 pacientes que esperam vagas em UTI ou enfermaria Covid. Na cidade que já ultrapassa os 2 mil mortos (número que deve ser maior se considerarmos a subnotificação) podemos esperar o aumento do número de mortes fruto da política de governos que não estão pensando na vida da população.

Na reunião Dário afirmou que tem problemas para compra de alguns insumos e que iria propor a antecipação de feriados aos prefeitos da Região Metropolitana de Campinas (RMC). Um completo absurdo, que ainda depois de um ano de pandemia e com uma situação ainda pior do que como começou, não se tenha remédios e EPI’s para os profissionais da saúde, bem como não haja ampliação dos leitos conforme a demanda. No HC da Unicamp, os remédios para intubação só tem estoque para mais 6 dias.

Isso só comprova mais uma vez que a causa de mortes por covid tem responsáveis como Bolsonaro que desde o início da pandemia dizia se tratar de uma "gripezinha", do demagógico Dória que tentava se diferenciar de Bolsonaro e dizer estar seguindo a ciência, mas obriga a população de São Paulo a pegar transportes lotados para ir ao trabalho e junto com Rossieli obrigou a volta às aulas para os professores no começo de fevereiro, mesmo com os números já aumentando. Nessa mesma semana em Campinas, uma professora de 25 anos morreu vítima de covid.

Campinas contava na quinta com 403 leitos de UTI exclusivos para Covid nas redes públicas e privada. Sendo que 385 já estão ocupados, uma taxa de 95,5%. Dos 18 leitos livres, apenas 1 é pelo SUS. Ou seja, com o agravamento da crise quem mais paga por ela é a população pobre que não tem condições de arcar com os altos planos de saúde, inclusive enriquecidos com a ajuda de políticos como Dário e seu antecessor Jonas, investigado nos casos de corrupção do Hospital Ouro Verde desde 2017.

Esse caos acontece ao mesmo tempo que duas terceirizadas da Unicamp, do bandejão e da limpeza, morreram por covid-19. Esses são alguns dos funcionários que são obrigados a continuar trabalhando, com medo de perderem suas rendas e empregos em meio a pandemia, sem nenhum auxílio dos mesmos governos que dizem se preocupar com a saúde da população.

Veja mais: Brasil agoniza nas UTIs lotadas e pela fome: a resposta não é esperar 2022

Para de fato ter qualquer isolamento racional para contenção da contaminação deve-se começar pela realização da testagem massiva da população, algo que desde o começo da pandemia seguimos sem. É preciso oferecer um auxílio emergencial de pelo menos um salário mínimo para que a população não tenha que escolher entre pegar covid ou morrer de fome, e para todos que estão desempregados e sem renda. Assim como também defendemos a reconversão de toda indústria que possa produzir respiradores, leitos e outros equipamentos para auxiliar os médicos e enfermeiras que estão na linha de frente da pandemia. Para que a vacina não seja apenas uma promessa para um futuro distante é necessário a quebra de toda patente, para que de fato ela possa ser acessada universalmente e não se concentre apenas nos países centrais ou nas mãos dos ricos e burocratas do estado que furam as filas de vacinação.




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