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GUERRA ÀS DROGAS E ENCARCERAMENTO | Guerra às Drogas lota presídios do país com 70% de presos acima da superlotação

As prisões do Brasil seguem com 70% acima de suas capacidades, São 686,5 mil presos para uma capacidade de 407 mil pessoas, os estados do Pernambuco e Amazonas são os mais superlotados.

quinta-feira 22 de fevereiro de 2018 | Edição do dia

Não é de hoje que o Estado enxerga o sistema carcerário como remédio para tentar acabar com o crime, porém numa sociedade capitalista essa medida não passa de uma forma da burguesia manter seu plano de perpetuação das péssimas condições de vida, aqui no Brasil, principalmente para a juventude negra e pobre.

O Estado de São Paulo segue liderando com a maior população carcerária do país, com 225,874 detentos em presídios lotados que não garantem nenhuma condição de mudança aos presos, mas sim da continuidade desse ciclo vicioso que mistura esquecimento e punitivismo diariamente.

Hoje existem cerca de 236,1 mil presos provisórios, ou seja sem julgamento, um percentual de 34,4%, alguns estudos recentes apontam que houve uma diminuição mínima dos detentos nessa condição, e que algumas parcerias com a Defensoria Pública e com a Corregedoria Geral de Justiça tem contribuído para julgamentos mais rápidos, mas nem de longe se apresenta uma solução para o problema que permanece como uma grande questão estrutural dessa sociedade.

Estudos realizados pelo ministério da justiça, e divulgados em dezembro do ano passado apontam que o Brasil mais que dobrou o número da população carcerária em 11 anos. Esse dado, em 2005, quando começou a pesquisa era de 361,4 mil presos, já em junho de 2016, era de 726,7 mil. Sendo que 64% dos presidiários são negros. O país tem a 3º maior população carceraria do mundo.

A raiz do problema está na Guerra às Drogas, um política do estado que torna o tráfico uma atividade lucrativa, ao mesmo tempo em que serve de justificativa para a política invadir morros e favelas e reprimir os pobres e os negros. Enquanto isso, políticos do alto escalão do governo, que são os que realmente comandam o tráfico no país, seguem impunes e nem mesmo são investigados pelos seus crimes, com a cumplicidade dos agentes públicos.

Para os ricos, os poderosos e os corruptos, inclusive traficantes, a justiça reserva as delações premiadas e prisões em semi-aberto, enquanto que aos pobres, Temer manda o exército para reprimir, cercear direitos democráticos e invadir suas casas. A única forma de desmontar o tráfico é começar pela imediata legalização das drogas, sob controle estatal, para atacar na raiz do poder econômico do tráfico.




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