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Trabalhadores da autopeças Mecano Fabril decretam greve contra o atraso de salários.

Fábio NunesVale do Paraíba

quinta-feira 11 de fevereiro de 2016 | 10:14

A Mecano Fabril, importante autopeças de Osasco (SP), que lucrou milhões nos últimos anos vendendo peças para a Fiat, para a Volkswagen e outras montadoras, desde o ano passado assumiu um discurso de crise profunda e instituiu o atraso de salários e o não pagamento da PLR, 13 salário, abono, etc. Discurso justificado pela direção do sindicato (Força Sindical) que pede paciência e consideração aos trabalhadores. Pelo discurso de "paciência", não é possível saber se quem está falando é o diretor sindical ou o próprio patrão. Patrão e sindicato afirmam que a greve pode causar a falência e o fechamento da fábrica. Trabalhar de graça ou ficar desempregado? Esta é a ladainha criminosa repetida por empresário e burocracia sindical.

Cansados de tanta mentira e chantagem os operários e operárias da Mecano votaram greve no final do ano passado. Uma semana de greve e a empresa prometeu que iria acertar os salários atrasados e pagar o abono e o 13 salário. Mas, a patronal, formada na canalhice, deu o calote e não cumpriu com suas obrigações propiciando aos trabalhadores um natal e um réveillon amargo.
E ainda não pagou! São três meses de salários atrasados e o patrão diz que não tem dinheiro. Não paga o que deve e intensifica as ameaças de abaixar as portas e não pagar os direitos dos trabalhadores.

Uma situação desesperadora que não restou outra alternativa a não ser a greve. Com a produção parada desde quinta-feira passada (04/02), o sindicato realizou na manhã desta quinta-feira (11/02) uma assembléia na porta da fábrica e não houve nenhum acordo. A greve continua e na próxima segunda-feira (15/02) haverá uma nova assembléia. Os trabalhadores estão decididos a colocar um basta neste crime praticado impunemente pela patronal. Quem trabalha de graça é relógio! Trabalhou, tem que receber! O patrão tem fazenda, carros importados e casas luxuosas. Basta de chantagem!

O setor automobilístico é o mais afetado pela crise econômica que já provocou milhares de demissões em todo o país. Montadoras e autopeças tentam a todo custo descarregar nas costas dos trabalhadores os tão alarmados prejuízos. Empresas pequenas e de médio porte decretam falência e lançam famílias inteiras no olho da rua. Mas, apesar desta crise que se arrasta causando estragos principalmente na vida do trabalhador, nós sabemos que estas empresas lucraram milhões nos últimos anos e os salões dos automóveis anunciam as novidades. A patronal tá com seus cofres e contas bancárias abastecidas e protegidas e por isso não podemos aceitar este discurso esfarrapado dos patrões.

Nós do MRT (Movimento Revolucionário dos Trabalhadores), que impulsionamos o Esquerda Diário e levamos a edição impressa do jornal a diversas fábricas, dentre elas a Mecano Fabril, estamos prestando solidariedade ativa desde o início do processo de luta contra a fraude patronal na Mecano. Da mesma forma, estamos dedicando nossas energias a uma campanha contra as 517 demissões anunciadas pela GM de São José dos Campos, que teve lucros bilionários no Brasil e na América Latina e agora quer deixar centenas de famílias na rua.

Pelo pagamento imediato dos salários! Nenhuma família na rua!

Nenhuma demissão!

Pela abertura dos livros de contabilidade!

Contra o fechamento de fábricas!

Que os capitalistas paguem pela crise!




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