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CORREIOS | Greve dos Correios em BH começa com ato de mais 700 trabalhadores nas ruas do centro

Mais de 700 trabalhadores dos Correios marcharam no centro da capital mineira na tarde de terça-feira (18/8). A passeata ocorreu um dia após a deflagração da greve da categoria em todo país e percorreu da Praça da Estação até a agência central na Avenida Afonso Pena.

quarta-feira 19 de agosto de 2020 | Edição do dia

Em toda a capital, a unidade central foi a única que abriu as portas, sendo que um total de 70% de funcionários aderiram ao movimento nessa agência.

Esses trabalhadores dos Correios são uma das categorias mais afetadas pela pandemia. Seguem trabalhando desde o começo sem fornecimento de EPIs adequados ou liberação dos grupos de risco com remuneração, já que o presidente da estatal Floriano Peixoto é um negacionista como Bolsonaro. Além disso, já contabilizam 120 mortes pela COVID-19. Um dado triste e revoltante. Como se não bastasse a grave situação, eles também vêm sofrendo ameaças de retirada de direitos e uma ofensiva na privatização da empresa por parte do governo Bolsonaro e Mourão

Esse ataque contra a categoria está sendo capitaneado por Floriano, que quer aplicar um verdadeiro pacote de maldades contra os trabalhadores. Do acordo coletivo que estava sendo estabelecido, o militar quer retirar o vale-alimentação, auxílio-creche, licença maternidade, reduzir o adicional de férias, adicional noturno, entre outros. Diante disso, a grande mobilização dos trabalhadores da ECT em BH demonstra que há sim muita disposição da base para encarar essa batalha estratégica contra os planos de Guedes, razão pela qual nós do Esquerda Diário nos solidarizamos imensamente com essa greve cuja importância é indiscutível.

E para fortalecer e massificar essa legítima luta, defendemos que sejam organizadas assembleias em cada local de trabalho ao redor de Minas e do país e que nelas sejam conformados Comitês de Greve eleitos democraticamente desde as bases, para que os próprios trabalhadores possam decidir sobre os rumos do movimento e que avancem na perspectiva de tomar nas suas mãos o controle dessa empresa que hoje, presidida por Floriano, está distante das necessidades da própria categoria assim como da população que utiliza o serviço postal. Essas questões não podem ser atenuadas pela privatização, na medida em que certamente aprofundará o desmantelamento das condições de trabalho e do serviço prestado.

Por fim, chamamos as Centrais Sindicais, a CUT e a CTB para que coloquem toda sua estrutura à serviço do desenvolvimento dessa luta para que ela vença. Para isso, é fundamental que primeiro rompam verdadeiramente com a “quarentena” que adotaram e que se expressa em passividade nos seus sindicatos. Nesse sentido, a principal tarefa da CTB e da CUT hoje deveria ser ajudar a massificar a greve, dando visibilidade nacional ao exemplo dos ecetistas que nessa conjuntura se levantam para lutar, e construir a solidariedade nas demais categorias que dirigem.

Afinal, os trabalhadores em conjunto precisam demonstrar sua força na mobilização e também decidir os rumos a serem tomados, algo que só pode se dar com a mais ampla unidade da classe que imponha uma assembleia constituinte livre e soberana, que arranque conquistas fundamentais como o caráter estatal dos Correios sob controle dos trabalhadores, e o retrocesso dos ataques já passados, como a Reforma da Previdência e a Reforma Trabalhista.




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