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MUNDO OPERÁRIO | Greve de rodoviários de Teresina entra no seu 33º dia com mais de 400 demissões

terça-feira 16 de junho de 2020 | Edição do dia

Motorista e cobradores de Teresina tem protagonizado uma longa greve que, de acordo com o Sindicato dos trabalhadores de empresas dos transporte do Piauí (Sintetro-PI) chegou a 100% de adesão. Uma greve que começou no dia 15 de Maio pelo pagamento de salários e benefícios atrasados, agora tenta reverter as mais de 400 demissões realizadas em meio â pandemia. Reivindicam também que as empresas forneçam os EPIs adequados e tome as medidas de higiene necessárias para garantir a saúde dos trabalhadores.

No último dia 08 os trabalhadores rodoviários realizaram uma manifestação na Avenida Frei Serafim, no centro de Teresina, para pressionar a patronal a uma saída a situação que até agora contou com a conivência do MPT, da prefeitura e da justiça com relação a postura das empresas de ônibus.

As patronais dos transportes de Teresina, tem seguido à risca a cartilha do governo e dos patrões: jogar os custos da crise capitalista nas costas dos trabalhadores. Aos trabalhadores que estão na linha de frente o descaso com as medidas sanitárias mais básicas negligenciando a necessidade de investir em EPIs, álcool gel e outras medidas para resguardar esses trabalhadores. Com a desculpa de queda de arrecadação, cortaram o plano de saúde dos funcionários e deixam há 3 meses de pagar benefícios e salários, deixam milhares de famílias, nesse momento difícil de pandemia na miséria tendo que se virar pra garantir sua sobrevivência.

O Sintetro-PI tem apostado na estratégia de negociações com a patronal, reuniões de conciliação no MPT e chamados a que a prefeitura de Teresina intervenha no processo. No ato do dia 08 passado pudemos ver que, ao invés de uma postura intransigente contra as demissões e retiradas de direitos, o sindicato pedia pelo cumprimento da MP 936, onde regulariza a diminuição de jornada e salários ou a suspensão de contrato. Fazem coro com as principais centrais sindicais do país que cantam como vitória essa MP que legaliza a demissão e cortes em meio a pandemia. A CUT, central da qual faz parte o Sintetro-PI, mesmo frente a uma greve dura e massiva de mais de um mês, nada fez até agora para generalizar esse combate, chamando a unificação de outras categorias, e coordenando um grande plano de luta para que os trabalhadores consigam resistir aos ataques.

Hoje é preciso mais do que nunca que os lucros dos patrões sejam a tacados para pagar o ônus de toda a crise que quer ser descarregada nos trabalhadores. As empresas de transporte, que tem lucros milionários garantidos inclusive pelo poder público (em Teresina a prefeitura ofereceu um milhão de reais para ajudar as empresas a pagar salários e benefícios), tem que pagar salários, benefícios e plano de saúde com todo acumulo de lucro que tiveram em todo tempo que operaram e exploraram seus trabalhadores. Tirar de poucos capitalistas para alimentar milhões de trabalhadores, esse deve ser o caminho.

A crise atual demonstra como o capitalismo com sistema, não consegue lidar com grandes crises sem jogar a morte e a miséria milhões de trabalhadores. Para eles os lucros vêm antes da vida. Por isso os trabalhadores tem que lutar contra todas as demissões e retirada de direitos. Se a demanda diminuiu, que as horas de trabalho sejam divididas entre todos os funcionários sem redução salarial. Se as empresas atacam, demitem, ou declaram insolvência, que os trabalhadores a tomem e as controlem. Essas medidas tem que estar ligadas com um plano de lutas nacional que lute pela reversão das demissões em todas as empresas do país e a divisão das horas de trabalho entre todas as mãos disponíveis para acabar com a proteção dos lucros patronais com desemprego e miséria.




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