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Seguir na luta! | Com início de mobilizações, governo sinaliza recuo parcial mas deve manter corte bilionário na educação

Na quarta-feira, havia sido anunciado um confisco total de R$2,4 bilhões no orçamento do MEC. Em nova medida, governo sinaliza recuo parcial do confisco, mas sem deixar claro qual valor será liberado. É preciso seguir a mobilização.

sexta-feira 7 de outubro de 2022 | Edição do dia

Após o bloqueio financeiro à educação decretado por Paulo Guedes, ministro da economia do governo de extrema direita de Bolsonaro, e o início das mobilizações estudantis contra o corte, o ministro da Educação Victor Godoy disse que o orçamento das universidades, Capes e institutos federais será liberado. A informação foi divulgada em suas redes sociais nesta sexta-feira (7). Porém nenhum valor concreto a ser liberado foi confirmado pelo ministro.

Segue vídeo:

Na última quarta-feira, segundo o Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior), o governo federal de Jair Bolsonaro realizou um novo bloqueio para o Ministério da Educação, resultando em um corte de R$ 1 bilhão. Somado ao corte já efetuado em agosto, seria acumulado um corte total de R$ 2,4 bilhões.

O confisco, chamado de "bloqueio", pode interromper diretamente diversos serviços e funções na educação. Além de não haver ainda nenhuma informação concreta do valor liberado, nada foi mencionado em relação ao confisco anterior de quase R$ 1,4 bilhões, ao contrário do que vem sendo divulgado na grande mídia.

Governo tremeu diante da repercussão

O MEC havia dito que o valor seria disponibilizado em dezembro, ameaçando o funcionamento das instituições de ensino. Mas diante da enorme pressão e da tendência à revolta que se expressou em algumas universidades, em particular na https://www.esquerdadiario.com.br/Estudantes-da-UFBA-realizam-grande-manifestacao-contra-confisco-de-verba-de-Bolsonaro e na UFAL, o governo sinalizou um recuo de parte do seu ataque.

O confisco ameaça os gastos discricionários, o que significaria demissões e cortes de luz, água e outras necessidades elementares de funcionamento das universidades, assim como o não pagamento dos salários dos trabalhadores mais precários das universidades, principalmente os terceirizados. Os cortes anteriores também se fizeram sentir nas bolsas para os estudantes, sem reajuste há praticamente dez anos, ou com casos de redução pela metade na disponibilização de bolsas de alimentação.

Estávamos apenas em um início de tendência a mobilização, e o governo já tremeu de medo da luta que de fato os estudantes seriam capazes de levantar, particularmente em um momento às vésperas da eleição, em que aparecer como o grande destruidor da educação e da ciência poderia ser cavar a própria cova.

Esse recuo do governo mostra a potência que já expressou nesse início de mobilização. Essa é a força que podemos expressar na luta contra os interesses capitalistas, e é com essa força que precisamos combater Bolsonaro e a extrema direita, sem aliança com a direita e os patrões.

Não baixar a guarda!

Nós não podemos baixar a guarda! Precisamos impor o recuo de todos os valores congelados na educação. Se antes já era difícil manter diversas atividades, agora, com este novo confisco, as coisas se tornam ainda mais difíceis. O recuo ainda não está garantido e já acumulamos um corte de R$ 1,4 bilhões que também precisa ser revertido com a nossa luta.

A UNE e as direções estudantis devem impulsionar uma luta imediata para que o total do valor seja liberado, e não somente uma parcela. Precisamos nos mobilizar construindo assembleias de base em cada universidade pelo país, em cada instituto federal, chamando assembleias e discutindo uma paralisação e um plano de lutas para reverter esses ataques. Nosso combate a extrema direita bolsonarista deve também se ligar aos trabalhadores e a necessidade de lutar contras as reformas da previdência e trabalhista, sem aliança com a direita.

Veja também: "Derrotar a extrema-direita com a nossa organização, sem a direita", coordenadora do CACH - Unicamp




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