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Governo e polícia de Pernambuco anunciam militarização do estado

segunda-feira 20 de fevereiro de 2017 | Edição do dia

(Foto: Thays Estarque/G1)

Ao ser empossado como novo comandante da Polícia Militar de Pernambuco, o coronel Vanildo Neves de Albuquerque Maranhão Neto garantiu que ’não vai faltar policiamento no carnaval’, mesmo com a operação-padrão realizada pelas associações que representam os policiais ainda em andamento. O ex-o comandante da Polícia Militar, coronel Carlos D’Alburque, e o chefe da Polícia Civil, delegado Antônio Barros, foram retirados das chefias nesta sexta-feira (17), em virtude dos conflitos entre a polícia e facções ligadas ao tráfico.

No mês de janeiro deste ano, Pernambuco registrou 479 homicídios. Ainda de acordo com a Secretaria de Defesa Social, janeiro de 2017 também terminou com o registro de 148 estupros. Em 2016, foram cinco estupros por dia.

O governador do estado de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB) - um dos aliados do tucano paulista Geraldo Alckmin - busca servir-se do relato da "crise na segurança" para intensificar a militarização do estado e o controle sobre as forças repressivas policiais. Enquanto professores estaduais e do município de Recife ficaram sem receber salário por meses, segundo o próprio G1, tendo sua greve considerada ilegal pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco em 2016, o projeto de Paulo Câmara prevê aumentos entre 25% e 40% para policiais e bombeiros militares de Pernambuco.

É notório como as reivindicações dos motins policiais, por sua parte, estão todos a serviço de incrementar seu poder de repressão. No RJ, os policiais militares que exigiram aumento salarial foram os mesmos que reprimiram brutalmente a manifestação dos trabalhadores da CEDAE (Companhia de água e esgoto) contra a privatização do serviço de saneamento e distribuição de água, assim como trabalhadores e estudantes da UERJ que protestavam contra o fechamento da universidade pelo governo.

No Espírito Santo, as reportagens da própria grande mídia mostravam que a onda de assassinatos ocorrida durante o motim da polícia militar do estado teve participação de grupos de extermínio ligados à polícia (utilizando armas que só são autorizadas à polícia). Segundo reportagem da rádio CBN, que: "Há policiais aproveitando da manifestação que pede melhores condições de trabalho para cometer acerto de contas."

O projeto repressivo de Paulo Câmara do PSB e das cúpulas das forças policiais, embora atravessada por atritos corporativos, assumem o mesmo objetivo, disfarçados de "segurança do Carnaval": impedir qualquer manifestação social contra os ajustes previdenciários e nas leis trabalhistas, que o governo Temer junto ao Poder Judiciário querem aplicar contra os trabalhadores e a população.




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