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CRISE NA VENEZUELA | Governo de Maduro e a oposição medem forças nas ruas de Caracas

O Governo de Nicolás Maduro e a oposição realizaram importantes marchas na cidade de Caracas nesta quarta, quando ocorreram as chamadas “mãe de todas as marcas” e a “marcha pela paz”.

quinta-feira 20 de abril de 2017 | Edição do dia

Os partidários do governo de Maduro e os da oposição se cruzaram nas ruas de Caracas em duas importantes marchas para medir o apoio à favor e contra o Governo em meio à tensão política e uma onda de protestos oposicionistas que deixaram ao menos 5 mortos e centenas de feridos e detidos.

Os opositores, convocados pela Mesa da Unidade Democrática (MUD), marcharam de 26 pontos em Caracas com destino à Defensoria do Povo, no centro da cidade, para pedir o que chamar a “restituição do fio constitucional” que consideram ter se rompido com a sentença o Tribunal Supremo contra o Parlamento, além de insistir, com o uma de suas principais demandas, no chamado de eleições mudar o Governo.

A sentença do Tribunal Supremo no fim de março, que retirava atribuições do parlamento e mostrou uma crescente bonapartização do governo, foi eliminada alguns dias mais tarde em meio à forte pressões externas e internas. Este retrocesso foi visto como uma debilidade do governo de Maduro, que foi aproveitada pela oposição de direita para avançar em maiores manifestações e protestos que se estenderam durante a semana santa.

Nas últimas semanas o governo Maduro chamou eleições regionais, porém a oposição se mostrou sem medo, e seguiu convocando mobilizações incluindo a marcha sobre Caracas nesta quarta. Maduro buscou então mostrar sua fortaleza por meio de um chamado à “lealdade” por parte das Forças armadas.
“A mãe de todas as marchas”

Chavismo e oposição mediram hoje suas forças nas ruas da capital com importantes colunas de ambos os lados.

Segundo diversos meios de comunicação, milhares de opositores começaram a concentrar-se em mais de vinte locais de concentração para a atividade nas zonas leste, oeste e centro da cidade, e denunciaram o operativo de controle de parte das autoridades assim como a repressão das forças de segurança que haviam deixado um ferido por tiro.

Alguns acesos a Caracas amanheceram hoje bloqueados e o metro da capital fechou cerca de vinte estações no centro da cidade frente às convocatórias.
Apesar de o governo Maduro batizar como “marca pela paz” as mobilizações do oficialismo, a oposição colocou à sua marcha o nome de “mãe de todas as marchas”, ainda que o nome exagere o seu poder de convocatória.

A oposição questionou também o anúncio de estabelecer o “Plano Zamora” por parte do governo, o qual denunciou como um plano de amedrontamento, a pesar de Maduro o justificar como um operativo estratégico “especial” civil-militar para manter a ordem interna diante de suposta ameaça de golpe de Estado que, afirmou, foram convocadas “de Washington”.

Governo e oposição apelaram mais uma vez ao discurso que vem fazendo uso há anos, sem que nenhum deles expresse uma saída aos brutais sofrimentos dos trabalhadores e do povo venezuelano, produto de anos de profunda crise econômica.

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Tradução: Jean Barroso




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