Anunciado pelo Ministro da Economia alemão, a subsidiária da empresa russa é fundamental já que tem um papel fundamental no mercado de gás, tanto no armazenamento quanto no comércio e transporte.
terça-feira 5 de abril de 2022 | Edição do dia
A agência governamental alemã que supervisiona as redes elétricas (Bundesnetzagentur) anunciou que assumiu provisoriamente o controle da subsidiária alemã da empresa russa Gazprom como uma entidade fiduciária após o anúncio de que a Rússia se desfaria dela.
O ministro da Economia e vice-chanceler Robert Habeck disse que a medida era necessária para garantir o fornecimento, e justificou a mudança pelo que chamou de "falta de clareza legal" sobre a situação da empresa.
Ao mesmo tempo, ele confirmou que a segurança do abastecimento está atualmente garantida, em um momento de crise entre os governos alemão e russo na sequência da invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro.
De acordo com informações da revista alemã "Der Spiegel", a Gazprom tentou transferir sua subsidiária alemã para uma empresa com sede em São Petersburgo, o que foi interpretado como uma tentativa de impedir uma desapropriação pelo Estado alemão.
A empresa, como a companhia petrolífera estatal russa Rosneft, não é diretamente afetada pelas sanções impostas pelas potências europeias e pelos Estados Unidos contra outras empresas russas, mas tem problemas frente a novos contratos.
A subsidiária é fundamental para que a Alemanha já tenha um papel fundamental no mercado de gás, tanto no armazenamento quanto no comércio e no transporte. O Ministério da Economia alemão acusa a Gazprom Germania de usar suas instalações de armazenamento de gás para agravar a situação dos gargalos de fornecimento e usar sua posição para favorecer um aumento nos preços do gás.
A medida se dá em um contexto de disputas entre vários governos da Europa e da Rússia sobre a venda de gás. O presidente russo Vladimir Putin anunciou há alguns dias que começaria a exigir que o gás exportado para a Europa fosse pago em rublos.
A Comissão Europeia pediu na segunda-feira às empresas que compram gás de empresas russas como a Gazprom que não aderissem à demanda de Moscou de realizar operações em rublos se os contratos estipulassem que devem ser feitos em euros ou dólares.
O porta-voz da UE Stefan de Keersmaecker explicou que a posição da União Europeia sobre este assunto é "muito clara" e está em consonância com o acordo alcançado pelos poderes do G7.
Há apenas uma semana, os ministros das Finanças do G7 concordaram em chamar a exigência do presidente russo Vladimir Putin de "inaceitável".
As empresas russas de gás e energia não foram afetadas pelas sanções da União Europeia e dos Estados Unidos, a principal razão é a dependência das potências europeias no fornecimento russo.
A questão do fornecimento de energia é vital para as grandes empresas. Por exemplo, a indústria alemã, que conseguiu se reestruturar e se tornar competitiva avançando nas condições de vida da classe trabalhadora, teria que "sacrificar" as vantagens alcançadas ao aceitar indefinidamente a compra de energia mais cara de fontes alternativas da russa, o que aumentaria seus custos deslocando as mercadorias "fabricadas na Alemanha" dos mercados globais.
