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CORTES DE GASTOS | Governo planeja cortar gastos internacionais, Tropas no Haiti não são mencionadas

Comissão Interministerial de Participação em Organismos Internacionais (Cipoi) foi criada nesta quinta-feira, e pretende rever gastos com instituições internacionais. O gasto com a manutenção das tropas brasileiras que ocupam o Haiti, no entanto, não foram mencionados. Ao contrário, retirada das tropas prevista para o final de 2016 pode ser adiada.

sexta-feira 12 de fevereiro de 2016 | 00:00

Em mais uma medida de contingenciamento, o Brasil vai reavaliar sua participação financeira em organizações internacionais. Uma comissão formada por representantes de quatro ministérios vai passar um pente-fino nesses pagamentos, identificando de quais entidades e fundos o País poderá se desligar - ou, pelo menos, diminuir sua contribuição - para fins de economia.

O decreto que cria a Comissão Interministerial de Participação em Organismos Internacionais (Cipoi) foi assinado nesta quinta-feira, 11, pela presidente Dilma Rousseff junto aos ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores), Nelson Barbosa (Fazenda) e Valdir Simão (Planejamento). A Casa Civil também irá integrar a comissão.

Segundo dados divulgados pelo Planejamento no ano passado, o Brasil contribui com pelo menos 75 organizações internacionais, mas acumula débitos com a maioria. A algumas está há mais de uma década sem pagar. A dívida com a ONU, por exemplo, superava os US$ 263 milhões, de acordo com o documento. Um fruto direto da relação do governo brasileiro com a ONU, no entanto, não foi mencionado pela Comissão. A manutenção das tropas brasileiras no Haiti, no comando da MINUSTAH, que já dura mais de 10 anos e cujos gastos já ultrapassaram R$1,3 bilhão.

As tropas brasileiras lideram a Missão da ONU, servindo assim ao imperialismo e privilegiando também empresas brasileiras que exploram o país. Ano passado, foi anunciada a retirada das tropas até o final de 2016. Esta previsão, entretanto, já foi reavaliada, conforme anunciado pelo general brasileiro Ajax Porto Pinheiro, comandante das forças. Segundo ele, frente a crise política naquele país, cujo regime e a própria intervenção militar são questionados pela população, levando a queda do presidente corrupto Martelly,a retirada deve ser adiada, revelando assim o caráter policial da intervenção, ironicamente chamada de “missão de paz”.

Dilma, no ano passado, já havia anunciado uma reforma administrativa para cortar cargos comissionados, extinguir secretarias e diminuir salários de ministros. Ainda não há previsão para que os integrantes da Cipoi se reúnam.

No texto publicado hoje no Diário Oficial da União, fica estabelecido que, de três em três meses, a comissão deve prestar informações e apresentar propostas sobre a situação dos fluxos de pagamento do Brasil a organismos, entidades e fundos internacionais.




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