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CORONA VÍRUS | Governo compra máscaras até 12x mais caras para favorecer empresa bolsonarista

O Ministério da saúde do governo Bolsonaro decidiu fechar um contrato milionário para compra de máscaras cirúrgicas de uma empresa que pertence a um bolsonarista declarado. Acontece que esse contrato custou 40% a mais do que seria com concorrente.

domingo 22 de março de 2020 | Edição do dia

A empresa contratada é a Farma Supply, que não tem nenhuma experiência no fornecimento de material hospitalar, mas apenas com os dois contratos fechados com o governo federal, faturou R$ 2,4 milhões. Marcelo Sarto Bastos, um militar aposentado da Marinha e bolsonarista entusiasta, além de defender abertamente Bolsonaro e seus aliados nas redes sociais, também é apoiador do pretenso partido do presidente, o Aliança.

Mandetta se apoia na lei federal 13.979, de 6 de fevereiro, que permite que sejam feitas compras sem licitação para suprimentos necessários para o combate ao covid-19. Acontece que no mesmo dia dessa compra o ministério fechou outro contrato com a BRT Medical de Materiais Hospitalares, de João Pessoa, que está cobrando 40% a menos por máscara idêntica à fornecida pela Farma Supply. Na BRT Medical cada máscara custou R$0,96, enquanto na Farma Supply R$1,60.

Há ainda histórico de outros contratos fechados para o mesmo tipo de fornecimento em que uma máscara custou R$0,14, ou seja 12x menos que as da Farma Suply. A soma dos dois contratos da Farma Supply com o Ministério da Saúde é mais de 180 vezes maior que o capital social que a empresa informa à Receita Federal: R$ 100 mil. Além de a empresa estar envolvida em uma série de processos onde é acusada de calote.

É escandaloso que o governo se utilize desse momento dramático da situação da população, especialmente os setores mais vulneráveis, para enriquecer seus aliados com dinheiro público. Enquanto se negam a garantir testes massivamente e seguem absolutamente insuficientes as iniciativas para preparar o sistema de saúde para o aumento previsto dos casos provocados pelo novo corona vírus, negociam com dinheiro publico como enriquecer a custa de nossas vidas.

Comprar respeitando o custo mais baixo seria o mínimo, ainda que longe de ser suficiente para garantir todo o material necessário para esse combate. Sabemos que não há insumos suficientes e que não podemos depender da lógica gananciosa dos capitalistas que pensam sua produção para o lucro e não para salvar a vida das pessoas. Por isso agora, mais do que nunca, vemos a necessidade dos trabalhadores assumirem o controle da produção de todos os materiais necessários para o combate ao coronavírus, pois são os únicos que vão priorizar as vidas da população.

Fonte: The Intercept Brasil




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